Os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP) nas refinarias da Petrobras encerraram 2024 com uma redução significativa em comparação a dezembro de 2022, quando vigorava a política de Preço de Paridade de Importação (PPI).
A estatal conseguiu oferecer combustíveis com preços menores que os praticados por refinarias privatizadas da Bahia (refinaria de Mataripe, administrada pela Acelen) e do Amazonas (refinaria Ream, do grupo Atem), conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados nesta sexta-feira (3).
Petrobras lidera com melhores preços
Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), “A promessa de campanha do presidente Lula de abrasileirar os preços dos combustíveis foi cumprida pela Petrobras, empresa que deu importante contribuição para frear a volatilidade do mercado, oferecendo preços dos combustíveis mais baixos que há dois anos, quando prevalecia a famigerada política do PPI”.
Confira os preços praticados pela estatal em comparação com outras refinarias:
- Diesel: nas refinarias da Petrobras, apresentou uma queda de 21,6%, encerrando 2024 a R$ 3,54 por litro, frente aos R$ 4,52 no fim de 2022.
Nas refinarias privatizadas, as reduções foram menores: 13,1% na Acelen (R$ 3,70 por litro) e 14,3% na Atem (R$ 4,12 por litro).
- GLP (gás de cozinha): a Petrobras reduziu o preço do botijão de 13 kg em 16,9%, para R$ 34,94, enquanto a Acelen praticou um aumento de 2,6%, com o botijão a R$ 55,81.
- Gasolina: também teve redução na Petrobras, com uma queda de 0,9%, encerrando o ano a R$ 3,05 por litro. Em contrapartida, a Acelen e a Atem aumentaram seus preços em 0,3% e 4,8%, respectivamente, chegando a R$ 3,71.
O fim do PPI e seus desdobramentos
A extinção do PPI permitiu à Petrobras oferecer combustíveis a preços mais competitivos, com impactos positivos para o controle da inflação. No entanto, a atuação da estatal continua limitada, pois a empresa não distribui mais combustíveis diretamente aos consumidores, após a privatização da BR Distribuidora.
A FUP defende a maior participação da Petrobras na distribuição de combustíveis. Enquanto isso, a companhia busca ampliar sua presença no mercado por meio de produtos diferenciados, como o diesel coprocessado com óleo vegetal e combustíveis renováveis para embarcações.