O BTG Pactual (BPAC11) anunciou a aquisição da Julius Baer Brasil, em uma transação avaliada em R$ 615 milhões. Em fato relevante divulgado nesta terça-feira (7), o banco informou que assumirá 100% das operações do banco suíço no Brasil.
A operação marca um passo estratégico para o BTG, que busca expandir a sua atuação no segmento de Family Office (gestão de patrimônio familiar). Até novembro de 2024, a Julius Baer possuía cerca de R$ 61 bilhões em ativos sob gestão. Com isso, o banco brasileiro passará a ter mais de R$ 100 bilhões em ativos de family office sob gestão.
Presença da Julius Baer no Brasil
A Julius Baer Brasil, iniciou as suas operações em 2005, e desde então, expandiu a sua presença no país, com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A empresa é uma das principais gestoras de patrimônio independente do país.
Após a transação, a operação será integrada à estrutura do BTG, mantendo o foco no atendimento a clientes de alto e ultra-alto patrimônio.
Apesar da venda, o grupo suíço continuará atendendo clientes brasileiros por meio de operações internacionais em mercados como México, Uruguai, Chile e Espanha, preservando sua atuação global na América Latina e Península Ibérica.
Concorrência para compra
Desde novembro do ano passado, quando o processo de venda se tornou público, outras empresas demonstraram interesse pelos ativos do banco suíço, como o Santander, a XP e outras gestoras independentes, como a WHG e o ASA.
Segundo o chefe da Julius Baer nas Americas e Iberia, Carlos Recoder, a decisão reflete uma revisão estratégica da operação brasileira, que prioriza a modernização tecnológica e a preservação da abordagem multi-family office. “A integração com o BTG permitirá entregar uma proposta de valor diferenciada para nossos clientes e equipes”, disse.
Para o BTG Pactual, a aquisição reforça sua posição no mercado de gestão de grandes patrimônios, ampliando sua base de clientes e os serviços oferecidos no Brasil.
Avaliações sobre a aquisição do BTG Pactual
A aquisição do Julius Baer Brasil pelo BTG Pactual, por R$ 615 milhões, foi bem recebida por grandes bancos e casas de análise, que ressaltaram a relevância estratégica do negócio para o mercado de Wealth Management e o potencial de fortalecimento do BTG nesse segmento.
O Citi avalia a compra como estrategicamente positiva para o BTG, reforçando sua posição como consolidador no segmento de alta renda e family office. Analistas como Gustavo Schroden e Brian Flores destacaram que a negociação atraiu o interesse de outros grandes players, como Santander e XP, demonstrando o poder de negociação e a atratividade do BTG Pactual.
Além disso, o Citi reiterou sua recomendação de compra para as Units do banco (BPAC11), com preço-alvo de R$ 40. Esse valor representa um potencial de valorização de 45,2% em relação ao fechamento da véspera.
A XP também considera a aquisição positiva, embora pequena em comparação aos R$ 857,4 bilhões em ativos de Wealth Management que o BTG administrava ao final do terceiro trimestre. A operação é vista como um complemento à estratégia do banco de ampliar sua atuação no segmento de altíssimo patrimônio.