A CCR (CCRO3) informou nesta terça-feira (21) que a Justiça suspendeu a transferência de ações detidas pela Mover Participações para o Bradesco BBI, após o banco notificar a execução da dívida de R$ 3,1 bilhões contra a Mover. As ações da CCR são mantidas como garantia a credores durante o processo de recuperação judicial.
O Grupo Mover, antigo Camargo Corrêa, detém 14,9% das ações da empresa de concessões de infraestrutura.
Contexto da disputa entre Mover e Bradesco BBI
Em dezembro, o Grupo Mover e sua controlada InterCement entraram com pedido de recuperação judicial. Como garantia de empréstimos, o grupo havia oferecido cerca de 282 milhões de ações da CCR, avaliadas em aproximadamente R$ 3 bilhões.
Na semana passada, o Bradesco BBI notificou a execução da dívida, buscando a consolidação das ações em seu favor. No entanto, a Justiça decidiu em favor do Grupo Mover, impedindo a transferência.
Decisão judicial sobre ações da CCR
O Bradesco BBI tenta executar uma dívida de R$ 3,1 bilhões da Mover, garantida por aproximadamente 281,5 milhões de ações da CCR, avaliadas em cerca de R$ 3 bilhões.
Contudo, uma decisão do juízo de recuperação judicial da Mover suspendeu qualquer ato que resulte na transferência ou constrição dessas ações enquanto durar o “stay period”, período que suspende temporariamente a cobrança de dívidas enquanto o plano de recuperação judicial é negociado.
Impacto sobre as ações
Segundo comunicado da CCR à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão também notificou o agente escriturador a se abster de realizar qualquer ato que possa impactar a propriedade fiduciária das ações da CCR pertencentes à Mover.
Além disso, o grupo Mover reiterou que o prazo para o exercício de direito de preferência pelos signatários do acordo de acionistas ainda não foi iniciado.
A situação pode afetar o equilíbrio entre os principais investidores e a dinâmica de controle da empresa. Além do Grupo Mover, a CCR conta com acionistas relevantes como Soares Penido, Itaúsa e Votorantim.
Essa disputa também pode gerar volatilidade nas ações da CCR (CCRO3), considerando que uma eventual liberação ou bloqueio definitivo das ações pode impactar a composição e a governança da companhia. Nesta terça, os papéis alternam entre altos e baixos, operando em alta de 0,28%, às 15h35.