Depois da “super quarta”, a Bolsa brasileira vive uma “mega quinta” (30). Às 16h20, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, opera em alta de 2,75%, atingindo 126.831,49 pontos.
O impulso veio com uma série de informações positivas. Entre elas:
- A ausência de novas promessas de alta de juros pelo Banco Central (BC) ontem;
- Comentários do presidente Lula — sobre Gabriel Galípolo e a Vale —;
- O anúncio de que os gastos do governo vieram abaixo do esperado, apesar de deficitários; e
- Resultado recorde do mercado de trabalho, que teve o pior resultado mensal desde a pandemia.
As ações de maior peso no índice dispararam com o otimismo. Vale (VALE3) sobe 4,89%, Petrobras ganha 2,07% (ON) e 1,49% (PN). Os papéis dos grandes bancos também sobem, com destaque para o Bradesco, que sobe 5,99%.
Aumentos na Selic podem ser interrompidos
Ontem, tivemos a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que aumentou a taxa de juros do país, a taxa Selic, em 1 ponto percentual (pp), levando-a para 13,25% ao ano.
Essa foi a quarta elevação da taxa no governo Lula 3, todas feitas consecutivamente, e marcou a estreia de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central (BC).
No entanto, o comunicado confirmou o cenário previsto pelo banco. Sendo assim, devemos uma alta de 1 pp na próxima reunião. Fora isso, o tom foi mais suave, evitando novas promessas de alta nos juros, o que alegrou os investidores.
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Além disso, os comentários do presidente Lula apoiando tanto o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, quanto a decisão do Comitê de Política Monetária, provocavam queda nos juros futuros (DIs) e deram força para as ações listadas na Bolsa brasileira.
Lula também ajuda Vale
Os papéis da Vale se beneficiam, assim como boa parte das ações da Bolsa brasileira, do bom humor do mercado. Mas os ganhos da mineradora se intensificaram, depois de o presidente ter dito que a reunião que teve com o novo CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, foi boa. Lula disse também que um novo encontro será realizado para discutir obstáculos setoriais enfrentados pela companhia.
Contas do governo vem abaixo do esperado
As contas do Governo Central encerraram 2024 com um déficit primário de R$ 43 bilhões, equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado, que representa a diferença entre receitas e despesas antes do pagamento de juros da dívida pública, foi inferior à mediana das projeções do mercado, que apontava um déficit de R$ 45,7 bilhões.
Sem considerar os gastos extraordinários com o Rio Grande do Sul e outras despesas excluídas do cálculo da meta fiscal, o déficit foi menor, totalizando R$ 11 bilhões (0,09% do PIB).
Apesar do não cumprimento da meta fiscal, o economista da XP Investimentos Tiago Sbardelotto avalia que deve ser menos desafiador para o governo o alcance da meta fiscal em 2025, na comparação com os esforços tomados para o cumprimento do alvo em 2024.
“O governo deve precisar de menos receitas extraordinárias. Ele precisa de algo em torno de R$ 15 bilhões para o limite inferior da meta”, afirma, em análise.
Mercado de trabalho tem pior mês desde a pandemia
Em dezembro, o mercado de trabalho teve o pior resultado mensal desde a pandemia, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão Broadcast sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (30).
Nas contas dos economistas, o Caged registrou criação líquida entre 23 a 26 mil vagas em dezembro na série com ajuste sazonal.
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Para o mercado financeiro, com uma desaceleração no mercado de trabalho, há menos pressão sobre os salários e o consumo, reduzindo riscos inflacionários. A inflação mais controlada abre espaço para o Banco Central (BC) encerrar o ciclo de altas na Selic.
