O mercado financeiro no Brasil começou 2025 com o “pé direito”, com a Bolsa subindo 5%, enquanto o dólar registrou queda de 5,5%. E boa parte deste resultado está associado a mudança de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois da troca no comando da Secretaria de Comunicação Social, com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira, o governo adotou uma comunicação mais favorável aos investidores, evitando confrontos diretos sobre a atuação do Banco Central.
No novo episódio do Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, explica como esta mudança na comunicação ajudou a Bolsa e o dólar. Confira:
“Super quarta” e “mega quinta”
A grande surpresa aconteceu após a “super quarta”, dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed) anunciaram suas decisões sobre juros. Dessa vez, o Fed manteve as taxas, enquanto o Copom aumentou a Selic em 1 ponto percentual (pp).
Mas diferente das outras vezes, Lula demonstrou apoio ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e reforçou a ideia de que a taxa será reduzida conforme a política permitir.
As falas do presidente sobre a decisão e sobre a Vale (VALE3) fizeram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, viver a “mega quinta” — quando subiu 2,82% no dia seguinte.
Perspectivas para os próximos meses
Apesar do alívio de janeiro, o mercado ainda vê desafios pela frente, segundo Marcos. Para que a Bolsa volte aos níveis de agosto de 2023, por exemplo, seria necessária uma valorização adicional de 9%.
Além disso, a cotação do dólar, apesar da queda, segue acima do patamar considerado equilibrado por analistas. A redução da moeda norte-americana ajuda no controle da inflação, já que muitos produtos no Brasil, como trigo e combustíveis, são cotados em dólar.