A inflação oficial dos Estados Unidos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro, levando a taxa anual para 3%, surpreendendo o mercado, que esperava um avanço de 0,3%.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,4% no mês e 3,3% no acumulado de 12 meses, segundo os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA nesta quarta-feira (12).
Os dados reforçam as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que afirmou ontem (11) durante sabatina no Senado, não ter pressa para alterar a política monetária norte-americana.
Reação do mercado após inflação dos EUA
Após a divulgação da inflação dos EUA, os futuros de Nova York passaram de leve alta para uma queda robusta, refletindo a percepção de que os cortes de juros podem ser adiados.
Na abertura das bolsas em Nova York, às 11h30 (horário de Brasília), os três principais índices da NYSE iniciaram o pregão em queda, com destaque para o Nasdaq, que recuava 1,06%, aos 19.434 pontos. Na sequência vinham S&P 500 com queda de 0,94% (6.011 pontos) e Dow Jones com retração de 0,86% (44.209 pontos).
O mercado espera para esta quarta um novo discurso de Powell, que será sabatinado na Câmara dos Representantes dos EUA.
Expectativa de cortes de juros muda para setembro
Com a inflação acima do esperado, o mercado adiou a projeção do primeiro corte de juros do Fed de junho para setembro. De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a probabilidade de uma redução de juros em setembro subiu para 58,1%, sendo que o cenário mais provável é um corte de 0,25 ponto percentual (41,2%).
As apostas em um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual, caíram de 23,1% para 14,6%, enquanto a chance de manutenção dos juros no nível atual aumentou de 28,2% para 41,9%.
Para 2025, a expectativa predominante no mercado é de apenas um corte de 0,25 ponto percentual, enquanto as chances de o Fed não realizar nenhuma redução de juros no ano subiram de 18,4% para 32,4%.