As vendas no varejo restrito, que excluem veículos e materiais de construção, encerraram 2024 com crescimento de 4,7%, o melhor desempenho desde 2012, quando avançou 8,4%. Esse resultado levou o índice de volume de vendas ajustado sazonalmente a patamares recordes, atingindo o nível máximo em outubro.
A média móvel trimestral ficou estável no último trimestre do ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desempenho do varejo em dezembro
No último mês do ano, as vendas no varejo registraram queda de 0,10% em dezembro na comparação com novembro. O resultado ficou próximo à previsão do mercado, que estimava um recuo de 0,2%.
Na comparação anual, as vendas subiram 2% em relação a dezembro de 2023, mas ficaram abaixo da expectativa de 3,2%. Com o resultado de dezembro, o varejo chegou a um patamar 9,3% acima do registrado no pré-pandemia, em fevereiro de 2020.
Comparação anual entre os setores do varejo
Na comparação com dezembro de 2023, quatro setores registraram avanço: móveis e eletrodomésticos (+10,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+9,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+9,6%) e tecidos, vestuário e calçados (+3,4%).
Por outro lado, os setores que apresentaram retração foram hipermercados e supermercados (-0,8%), combustíveis e lubrificantes (-1,7%), equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-2,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-3,9%).
No varejo ampliado, houve crescimento de 6,8% em veículos e motos, partes e peças, e de 2% em material de construção, enquanto o atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo recuou 8,1%.
Bradesco vê desaceleração da economia após dados
A queda em dezembro confirma sinais de desaceleração da economia no quarto trimestre de 2024, segundo relatório do Bradesco. O banco destacou que a contração foi generalizada, com recuo nas vendas de hipermercados e queda no setor de veículos.
Apesar da retração no mês, as vendas de veículos encerraram o ano com alta de 6,8%, enquanto, sem esse segmento, o crescimento do varejo em 2024 teria sido de apenas 0,3%.