O programa Pé-de-Meia, lançado em novembro de 2023, visa incentivar a permanência de estudantes do ensino médio na escola por meio de auxílio financeiro. Promovido pelo governo federal, o programa visa beneficiar alunos matriculados em escolas públicas que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu liberar os pagamentos que estavam bloqueados, permitindo que o programa continue a apoiar os estudantes.
O Pé-de-Meia oferece um incentivo mensal de R$ 200 aos estudantes que comprovam matrícula e frequência escolar. Além disso, os alunos recebem um bônus de R$ 1.000 ao final de cada ano letivo concluído, que só pode ser retirado após a formatura no ensino médio. Para os estudantes da educação de jovens e adultos, o programa oferece um incentivo adicional de R$ 225 pela frequência. Com a inclusão de um bônus pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os valores totais podem chegar a R$ 9.200 por aluno.
Como o Pé-de-Meia é financiado?
O financiamento do programa Pé-de-Meia é realizado por meio do Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), gerido pela Caixa Econômica Federal. Este fundo pode ser abastecido tanto com recursos do orçamento vigente quanto por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc). A legislação que criou o programa estabelece que esses recursos devem ser devidamente previstos no orçamento federal.
Em janeiro de 2024, o TCU havia bloqueado parte dos recursos destinados ao programa, alegando que os valores estavam fora do orçamento, o que poderia burlar o limite de gastos do arcabouço fiscal. No entanto, após recurso do governo federal, o tribunal decidiu liberar os repasses, concedendo um prazo de 120 dias para que o governo regularize a situação e insira os gastos no orçamento de 2025.
Quais são os desafios para a continuidade do programa?
O principal desafio enfrentado pelo programa Pé-de-Meia é a sua regularização orçamentária. O TCU destacou a importância de que os recursos sejam devidamente previstos no orçamento da União, para garantir a transparência e o cumprimento dos princípios legais que regem as contas públicas. A falta de previsão orçamentária pode comprometer a continuidade do programa e prejudicar os estudantes beneficiários.
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Outro desafio é garantir que os recursos do programa sejam utilizados de forma eficiente e que alcancem todos os estudantes elegíveis. Para isso, é necessário um acompanhamento rigoroso da gestão dos fundos e uma articulação eficaz entre as diferentes esferas do governo envolvidas na execução do programa.
Impacto do Pé-de-Meia na educação brasileira
O programa Pé-de-Meia tem um impacto significativo na educação brasileira, especialmente para estudantes de baixa renda. Ao oferecer um incentivo financeiro, o programa ajuda a reduzir a evasão escolar e a promover a inclusão educacional. Além disso, ao vincular o benefício à frequência escolar, o programa incentiva os alunos a manterem um bom desempenho acadêmico.
Com a liberação dos pagamentos pelo TCU, espera-se que o programa continue a desempenhar um papel crucial na promoção da educação no Brasil. No entanto, é fundamental que o governo federal trabalhe para resolver as questões orçamentárias e garantir a sustentabilidade do programa a longo prazo.