A Boa Safra (SOJA3) anunciou a criação da SBS Green Seeds, uma joint venture (combinação de negócios) voltada para o mercado de agricultura regenerativa. A nova companhia surge da fusão entre o braço de forrageiras (plantas cultivadas para alimentar animais) da Boa Safra com os negócios do empresário Thiago Maschietto, dono da SememBras e da Sementes Nobre.
De acordo com o fato relevante divulgado nesta sexta-feira (14) pela empresa, a SBS Green Seeds atuará na produção, armazenagem e comercialização de mix de sementes usadas para cobertura de solo, formação de pastos e plantas de cobertura.
Com o negócio, a Boa Safra terá uma participação inicial de 30% na joint venture, com possibilidade de ampliação para 60%, por meio da conversão de debêntures e mútuos permutáveis no valor total de R$ 45 milhões.
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Os papéis SOJA3 reagiram bem ao anúncio da joint venture e subiam 3%, aos R$ 10,81, às 13h, elevando os ganhos de 2025 para 7%. No recorte de um ano, as ações da Boa Safra recuam 28,33%.
Expansão e diversificação de mercado da Boa Safra
A iniciativa faz parte da estratégia da Boa Safra de diversificação operacional e fortalecimento no setor de agricultura regenerativa. O segmento tem um mercado estimado em R$ 2,5 bilhões, e a nova JV busca consolidar um setor ainda fragmentado, trazendo escala, eficiência e inovação.
Desde o IPO em 2021, a Boa Safra vem expandindo sua atuação. Líder no mercado de sementes de soja, com cerca de 8% de market share, a empresa adquiriu a Bestway Seeds em 2022, incorporando milho ao portfólio. Atualmente, também comercializa trigo, feijão, sorgo e forrageiras, que representam 7% da receita total.
A entrada no setor de sementes forrageiras aconteceu há cerca de dois anos. Em 2024, a empresa vendeu 1 mil toneladas de sementes do gênero Brachiaria, utilizadas em pastagens.
Oportunidades com a criação da SBS Green Seeds
Em entrevista ao The AgriBiz, o CEO da Boa Safra, Marino Colpo, classifica a joint venture como uma estratégia para ampliar os negócios de forrageiras, que vinha crescendo rápido.
A visão é compartilhada pelo diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) da companhia, Felipe Marques. “Vimos que esse mercado tem um potencial muito grande de crescimento, e ter uma sociedade com algum outro parceiro poderia acelerar”, contou.
Durante o anúncio da joint venture, a Boa Safra destacou alguns pilares estratégicos que fundamentarão a transação, além da possibilidade de ampliar a participação para 60%. Entre eles estão:
- Consolidação do mercado: Aproveitamento de um setor fragmentado com mercado endereçável de R$ 2,5 bilhões;
- Complementaridade de portfólio: Integração com a operação de soja, otimizando os ativos da empresa;
- Expertise e aceleração: Equipe especializada impulsionando o crescimento do portfólio de agricultura regenerativa.