O Conselho de Administração da Raízen (RAIZ4) aprovou a captação de até R$ 2,4 bilhões em financiamentos ou refinanciamento de dívidas existentes.
A decisão, tomada em reunião no dia 7 de fevereiro, permitirá que a empresa e suas subsidiárias obtenham recursos para fortalecer sua estrutura de capital e melhorar a gestão do endividamento.
Nesta terça-feira (18), os papéis da companhia operam em alta, com o mercado reagindo positivamente ao financiamento. Há pouco, a ação RAIZ4 subia 2,70%, negociada a R$ 1,90. Ontem, as ações da empresa recuaram ao longo de todo o dia, com os investidores repercutindo o balanço fraco para 3º trimestre da safra 2024/25.
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Emissão externa pode chegar a US$ 750 milhões
Segundo informações do Broadcast, a Raízen planeja uma emissão de dívida no exterior nos próximos dias. O valor da captação pode variar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões, dependendo da demanda dos investidores. Os recursos devem ser utilizados para reestruturação do passivo da companhia.
No terceiro trimestre da safra 2024/25, a Raízen registrou prejuízo líquido de R$ 2,571 bilhões e viu sua alavancagem subir para 3 vezes o Ebitda, ante 1,9 vez no mesmo período do ano passado. Atualmente, 92% da dívida da empresa está em moeda local.
Nova estrutura operacional a partir de abril
Em conferência com analistas, o CEO da Raízen, Nelson Gomes, afirmou que a empresa entrará em um novo ciclo a partir de abril. O plano prevê uma estrutura organizacional mais simplificada, com a divisão dos negócios em três áreas principais: Açúcar e Renováveis, Mobilidade Brasil e Mobilidade Argentina.
“A simplificação faz parte do nosso traço cultural daqui para frente”, disse Gomes. Segundo ele, a empresa terá uma abordagem mais disciplinada na alocação de investimentos e na gestão da dívida. “Nosso objetivo é trazer essa companhia de volta ao equilíbrio.”
Reestruturação na Cosan pode incluir aporte na Raízen
A Cosan, controladora da Raízen, também vem adotando medidas para reduzir seu endividamento. A empresa lançou recentemente uma oferta de recompra de até US$ 900 milhões em bonds, movimento que pode ter sido financiado pela venda de sua participação na Vale, que rendeu R$ 9 bilhões em janeiro.
Ainda há a possibilidade de a Cosan participar de um aumento de capital da Raízen, além de outras estratégias em estudo, como venda de ativos e captação de novos investidores.