As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) atingiram o valor recorde de cotação de R$ 38,36 no pregão desta terça-feira (18), com ajuste por proventos. Segundo análise divulgada pela consultoria Elos Ayta, a valorização dos papéis reflete o otimismo do mercado com a estatal, impulsionado pelas expectativas de distribuição de dividendos e pela valorização do petróleo no cenário internacional.
Apesar do avanço nos preços, houve uma queda expressiva no volume financeiro das negociações. Nos dois primeiros meses de 2025, a média diária está abaixo de R$ 1 bilhão, o menor nível desde julho de 2017, quando a PETR4 era negociada a R$ 5,52 (ajustado por proventos) e movimentava cerca de R$ 972 milhões por dia.
Tendência de queda na liquidez da Petrobras
A pesquisa revela que a redução do volume de negociação não é um evento isolado. Desde julho de 2023, quando a PETR4 superou os R$ 23, a liquidez vem perdendo força.
Em outubro de 2024, com a cotação a R$ 33,29, o volume médio diário já estava abaixo de R$ 1,1 bilhão e em janeiro deste ano foram registrados volumes ainda menores, de R$ 990 milhões.
Considerando a tendência de ciclos anteriores, nos quais o avanço nos preços acompanhava o aumento da liquidez, essa retração pode indicar certo desinteresse dos investidores; ou ainda, uma maior concentração da valorização em um grupo reduzido de investidores e até mesmo uma postura mais cautelosa do mercado diante de riscos de interferência política na companhia.
Impasse para os investidores
Ainda que atualmente a Petrobras esteja consolidada como um dos ativos mais valorizados da Bolsa de Valores brasileira (B3) fica evidente que a valorização das ações se depara com um cenário de menor participação do mercado.
Segundo a consultoria Elos Ayta, no contexto de incerteza se o preço das ações refletem uma valorização sustentável ou se há uma restrição do mercado a essas ações, os investidores podem enfrentar maior dificuldade para negociar grandes posições sem impactar o preço do ativo.
