O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 2,6 pontos em fevereiro, atingindo 83,6 pontos, marcando a terceira retração consecutiva, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) nesta segunda-feira (24).
Esse é o menor nível registrado desde agosto de 2022, quando o indicador marcou 82,1 pontos. Na métrica de médias móveis trimestrais, o ICC recuou 3,6 pontos, para 87,0 pontos.
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, a queda do índice foi impulsionada por uma piora nas expectativas dos consumidores.
Piora nas expectativas pressiona confiança do consumidor
A principal influência para a queda veio da deterioração das expectativas dos consumidores em relação ao futuro. O Índice de Expectativas (IE) recuou 4,3 pontos, atingindo 87,3 pontos, registrando a terceira queda consecutiva. Já o Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos consumidores sobre o momento presente, manteve-se estável em 79,4 pontos.
Gouveia ressalta que a queda da confiança se disseminou entre todas as faixas de renda, sendo mais intensa entre consumidores com renda de até R$ 2.100,00. Esse cenário foi impactado mais fortemente pela inflação dos alimentos, que reduz o poder de compra.
Entre os consumidores de maior poder aquisitivo, além de inflação, o maior impacto veio do aumento da taxa de juros, que encarece o crédito e pressiona o orçamento das famílias.
Intenção de compra atinge menor nível desde 2022
O componente que mede a intenção de compras de bens duráveis apresentou a maior queda entre os indicadores, recuando 9,9 pontos, para 75,2 pontos. Esse é o menor nível desde agosto de 2022, quando ficou em 74,7 pontos.
Além disso, outros indicadores financeiros também registraram piora:
- O índice que mede as perspectivas para a situação financeira das famílias caiu 3,0 pontos, para 89,5 pontos;
- O indicador que avalia a percepção sobre as finanças pessoais recuou 0,9 ponto, para 68,8 pontos.
Por outro lado, os consumidores demonstraram leve melhora na avaliação da economia. Os indicadores que medem a percepção sobre a situação econômica atual e futura avançaram 0,9 e 0,3 ponto, para 90,4 e 98,6 pontos, respectivamente.