O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (6) um corte de 25 pontos-base em suas principais taxas de juros. Com a decisão, a taxa de depósito caiu de 2,75% para 2,5%, a de refinanciamento passou de 2,9% para 2,65%, e a de empréstimos foi reduzida de 3,15% para 2,9%.
O corte já era amplamente esperado pelo mercado e dá sequência ao ciclo de flexibilização monetária iniciado em junho do ano passado. Desde então, o BCE já reduziu os juros básicos em seis ocasiões.
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A decisão ocorre em um cenário de inflação relativamente controlada. Em fevereiro, o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro registrou alta anual de 2,4%, próximo da meta oficial de 2% estabelecida pelo BCE.
Revisão das projeções de inflação e PIB
Além do corte nos juros, o BCE atualizou suas projeções econômicas para os próximos anos. A estimativa para a inflação em 2025 foi elevada de 2,1% para 2,3%, enquanto a previsão para 2026 foi mantida em 1,9%. Para 2027, a expectativa de inflação caiu de 2,1% para 2%.
O núcleo da inflação, que exclui preços voláteis como os de energia e alimentos, deve ficar em 2,2% em 2025, 2% em 2026 e 1,9% em 2027.
No que diz respeito ao crescimento econômico, o BCE reduziu sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Agora, a expectativa é de um avanço de 0,9% em 2025 e 1,2% em 2026. Anteriormente, as previsões indicavam um crescimento de 1,1% e 1,4%, respectivamente.
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Presidente do BCE destaca incertezas
Durante coletiva de imprensa, realizada após a divulgação do corte, a presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou para os desafios econômicos enfrentados pela zona do euro diante das tensões geopolíticas e comerciais.
De acordo com Lagarde, a incerteza global pode pressionar a economia do bloco e impactar o câmbio, levando a uma possível depreciação do euro.
A dirigente também comentou sobre as tarifas comerciais propostas pelos Estados Unidos, classificando-as como um fator de risco para o crescimento econômico. Ela destacou que medidas protecionistas podem reduzir investimentos e prejudicar as exportações europeias.
Outro ponto mencionado por Lagarde foi o impacto dos gastos com defesa na União Europeia. Segundo ela, esses investimentos podem impulsionar o crescimento, mas também elevar a inflação.
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A presidente do BCE também reforçou o compromisso com a meta de inflação de 2% até o início de 2026. A decisão de hoje foi tomada por consenso entre os membros do conselho, com apenas uma abstenção.
Ela ressaltou que a instituição não está presa a um cronograma fixo para novos cortes ou aumentos de juros, deixando claro que as decisões futuras dependerão dos dados econômicos.
“Se os indicadores apontarem para a necessidade de um novo corte, cortaremos. Se indicarem o contrário, ajustaremos conforme necessário”, afirmou.