No Brasil, o termo SUV é amplamente utilizado para descrever uma variedade de veículos, desde os menores até os mais robustos. Contudo, nem todos sabem que a classificação oficial desses veículos é regida por critérios estabelecidos pelo Inmetro, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. O Inmetro, através do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), determina quais veículos podem ser considerados SUVs com base em medidas específicas.
Enquanto nos Estados Unidos os SUVs são frequentemente associados a veículos de grande porte, como o Ford Explorer, no Brasil, modelos menores, como o Renault Kwid, podem ser classificados como SUVs. Isso se deve às normas técnicas que o Inmetro utiliza para definir essa categoria, que vão além do marketing ou do design “altinho” dos veículos.
Quais são os critérios do Inmetro para classificar um SUV?

Para que um veículo seja considerado um SUV no Brasil, ele deve atender a critérios técnicos específicos definidos pelo Inmetro. Esses critérios incluem ângulos de ataque, saída e transposição de rampa, além da altura livre do solo. Cada um desses parâmetros possui uma tolerância mínima que o veículo deve respeitar:
- Ângulo de ataque: Mínimo de 23 graus, com tolerância de -1 grau. Este ângulo indica a capacidade do veículo de subir uma rampa sem raspar a frente.
- Ângulo de saída: Mínimo de 20 graus, com tolerância de -1 grau. Mede se a traseira do veículo pode sair de um obstáculo sem encostar.
- Ângulo de transposição de rampa: Mínimo de 10 graus, com tolerância de -1 grau. Refere-se à capacidade de passar por uma lombada sem raspar o meio do carro.
- Altura livre do solo entre os eixos: Pelo menos 200 mm, com tolerância de -20 mm. O solo deve estar a 18 cm ou mais do fundo do carro.
- Altura livre do solo nos eixos: Mínimo de 180 mm, com tolerância de -20 mm. A frente e a traseira do veículo também devem estar bem afastadas do solo.
Quais veículos são considerados SUVs pelo Inmetro?
Alguns veículos que podem não parecer SUVs à primeira vista são classificados como tal pelo Inmetro devido ao cumprimento dos critérios técnicos. Por exemplo, o Renault Kwid, apesar de ser um subcompacto, atende aos requisitos de altura e ângulos, sendo assim considerado um SUV. Outros exemplos incluem o Fiat Argo Trekking e o Citroën C3, que também se encaixam nessa categoria.
Por outro lado, veículos como o Toyota Corolla Cross não atendem aos critérios do Inmetro, especialmente nos ângulos de ataque e saída, e, portanto, não são classificados como SUVs, apesar de serem comercializados como tal no mercado.
Como os SUVs são classificados por tamanho no Brasil?
No Brasil, os SUVs são divididos em categorias de tamanho, que ajudam a diferenciar as ofertas no mercado. Essas categorias são influenciadas por padrões globais, mas o Inmetro se concentra apenas nas medidas técnicas, não no tamanho em si:
- A-SUV (subcompactos): São os menores, ideais para o ambiente urbano. Exemplos incluem o Volkswagen Tera e o Fiat Pulse.
- B-SUV (compactos): Um pouco maiores, oferecem mais espaço e agilidade. Exemplos são o Renault Duster e o Jeep Renegade.
- C-SUV (médios): Oferecem conforto e espaço, como o Jeep Compass e o Toyota Corolla Cross.
- D-SUV (grandes): São os maiores, geralmente com sete lugares, como o Toyota SW4 e o Jeep Commander.
Impacto da classificação de SUVs no mercado brasileiro
A classificação de um veículo como SUV pelo Inmetro pode influenciar significativamente sua comercialização e tributação no Brasil. Um veículo oficialmente reconhecido como SUV pode ser vendido a um preço mais alto e promovido como um “utilitário esportivo”, mesmo que a maioria dos proprietários nunca o utilize fora do asfalto. Essa classificação também é uma ferramenta de marketing poderosa, utilizada pelas montadoras para atrair consumidores que buscam status associado a SUVs.