A Superintendência de Seguros Privados (Susep) aplicou multas superiores a R$ 1 milhão e penalidades de inabilitação por até 4,4 anos a três auditores e à EY (Ernst & Young), por irregularidades na auditoria do balanço do IRB Brasil (IRBR3) referente ao ano de 2019.
A decisão foi tomada no julgamento de dois processos administrativos sancionadores, mas ainda cabe recurso.
A Susep apontou que a auditoria da EY não observou indícios de inconsistências na avaliação das provisões técnicas do IRB. De acordo com a autarquia, documentos disponíveis na época indicavam a necessidade de maior diligência, o que não foi refletido no parecer dos auditores.
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Penalidades aplicadas
A EY foi considerada responsável solidária pelo pagamento das multas impostas aos profissionais envolvidos. As penalidades incluem:
- Multa de R$ 240 mil para a EY.
- Multa de R$ 192,5 mil para Vanessa de Lima Herdy.
- Multa de R$ 240 mil para Vagner dos Santos.
- Multa de R$ 240 mil e inabilitação por 4,4 anos para Ricardo Pacheco, sócio da EY em serviços atuariais para o setor de seguros no Brasil até março de 2024.
A Susep também concluiu que Ricardo Pacheco alinhou o texto do relatório de auditoria com a resseguradora de forma a favorecer os interesses do IRB, comprometendo a neutralidade da análise.
Contexto do caso da EY na auditoria do IRB Brasil
As irregularidades no balanço do IRB de 2019 vieram à tona em 2020, após uma reavaliação feita pela nova gestão da resseguradora. Desde então, a Susep já impôs sanções a ex-diretores do IRB, que foram inabilitados por até 3,36 anos e receberam multas de até R$ 76 mil.
Os processos analisados pela Susep indicam falhas na provisão de sinistros a liquidar (PSL) e emissão de parecer atuarial antes da conclusão de análises relevantes, sem ressalvas sobre informações pendentes.
A EY ainda não se manifestou sobre as penalidades aplicadas.
