O governo brasileiro apresentou uma proposta de aumento significativo nas despesas com benefícios previdenciários e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. Os valores adicionais incluem R$ 8,3 bilhões para benefícios previdenciários e R$ 678 milhões para o BPC. Apesar do reajuste, especialistas em contas públicas alertam que os valores podem estar subestimados, o que pode gerar desafios fiscais no futuro.
O crescimento da população de aposentados e pensionistas exige um aumento significativo nos recursos destinados à previdência. O mesmo ocorre com o BPC, que atende idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. No entanto, o grande questionamento é se o montante proposto será suficiente para cobrir todas as necessidades.
O aumento é suficiente para atender a demanda?

Com o envelhecimento da população, a demanda por recursos previdenciários cresce de forma acelerada. O aumento proposto no orçamento visa atender essa demanda crescente, mas há dúvidas sobre sua suficiência. Caso a previsão esteja abaixo do necessário, o governo pode precisar revisar o orçamento, buscar novas fontes de arrecadação ou até reduzir gastos em outras áreas para equilibrar as contas.
O impacto de uma previsão orçamentária subestimada pode ser significativo. Se os recursos não forem suficientes, o governo enfrentará dificuldades para honrar os compromissos com aposentados e beneficiários do BPC, o que pode levar a um déficit fiscal ainda maior.
Por que especialistas acreditam que os cálculos estão errados?
Economistas alertam que as projeções podem não levar em conta fatores cruciais, como inflação e aumento do custo de vida, expectativa de vida maior, que aumenta o tempo de pagamento de aposentadorias, e mudanças no mercado de trabalho, que impactam o volume de contribuições previdenciárias. Se esses elementos não forem considerados corretamente, o governo pode enfrentar déficits orçamentários nos próximos anos, exigindo novos ajustes fiscais.
A inflação, por exemplo, pode corroer o poder de compra dos benefícios, exigindo reajustes maiores do que os previstos. Além disso, a maior expectativa de vida significa que as pessoas receberão benefícios por mais tempo, aumentando a pressão sobre o sistema previdenciário.
Como a pejotização pode comprometer a previdência?
A diferença na carga tributária entre trabalhadores formais e aqueles que optam pela pejotização levanta outro alerta. A pejotização, prática em que empresas contratam profissionais como pessoas jurídicas em vez de empregados, pode reduzir a arrecadação previdenciária. Com menos trabalhadores contribuindo para a previdência, a base de arrecadação encolhe, aumentando a pressão sobre o governo para cobrir o déficit do sistema. Esse cenário pode acelerar a necessidade de novas reformas previdenciárias.
A pejotização pode ser atraente para empresas e trabalhadores devido à menor carga tributária, mas essa prática pode ter consequências de longo prazo para a sustentabilidade do sistema previdenciário.
O que esperar para o futuro do orçamento público?
O aumento dos gastos previdenciários coloca o orçamento público sob forte pressão. Caso os valores estimados sejam insuficientes, o governo pode precisar adotar medidas como cortes em outras áreas para redirecionar recursos, aumento da carga tributária para compensar déficits, e reformas estruturais na previdência para garantir sua sustentabilidade.
Diante desse cenário, especialistas apontam que o debate sobre a previdência deve ser contínuo para garantir o equilíbrio fiscal e a proteção social para as próximas gerações. A sustentabilidade do sistema previdenciário é um desafio que requer atenção constante e soluções inovadoras para garantir que os compromissos com os beneficiários sejam cumpridos sem comprometer a saúde fiscal do país.