O dólar fechou esta quarta-feira (19) em queda de 0,42%, a R$ 5,65 — menor valor desde 14 de outubro. O movimento ocorreu apesar da valorização global da moeda americana e foi impulsionado pelo desmonte de posições defensivas por investidores estrangeiros.
A principal razão para a sétima queda consecutiva do dólar foi a expectativa de novas decisões sobre juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
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O Federal Reserve (Fed) manteve sua taxa básica entre 4,25% e 4,50%, mas surpreendeu ao anunciar uma redução no ritmo de enxugamento de liquidez, medida que tende a aliviar pressões sobre os mercados emergentes.
Além disso, nove dirigentes do Fed indicaram que a taxa de juros dos EUA pode cair 50 pontos-base até o fim do ano, o que aumentou as apostas em um ciclo de corte nos próximos meses.
No Brasil, o mercado aguarda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, com expectativa majoritária de um aumento de 1 ponto percentual na Selic.
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O possível aumento da taxa básica de juros no país torna o real mais atrativo para investidores estrangeiros, especialmente em operações de carry trade — estratégia em que investidores tomam empréstimos em moedas de juros baixos para aplicar em ativos de países com juros mais altos.
Investidores desmontam posições compradas em dólar
Com o cenário de maior diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, houve um movimento expressivo de redução de posições compradas em dólar — apostas na alta da moeda.
Dados da B3, compilados pela Warren Investimentos, indicam que investidores estrangeiros reduziram em US$ 1,9 bilhão suas apostas na alta do dólar apenas ontem. Desde o fim do ano passado, a exposição de não residentes em derivativos cambiais caiu de US$ 70 bilhões para pouco mais de US$ 40 bilhões.
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Em entrevista ao Estadão Broadcast, o chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, avalia que o comportamento do real também pode estar ligado a uma antecipação do cenário eleitoral no Brasil.
Segundo ele, o mercado pode estar precificando uma possível ascensão de um candidato alinhado com políticas de austeridade fiscal, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.