O dólar comercial fechou em alta de 0,07%, cotado a R$ 5,1770. A moeda ensaiou um movimento de correção após o forte tombo da última semana (-5,93%), além de ter precificado a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que inicia amanhã.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o real está descolado do movimento externo, o que sugere que o fator seja doméstico. Pode pesar no câmbio o risco do Banco Central (BC) encerrar o ciclo de aumento dos juros, com a inflação que começa a perder força e a queda no preço internacional das commodities, o que pode gerar mais alívio na inflação à frente”.
“Existe menos pressão sobre esta reunião, com o mercado preparado para um discurso mais dovish (menos propenso ao aumento dos juros)”, analisa Rostagno, referindo-se ao Copom.
Para o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt,”o dólar está perdendo não apenas para os seus pares, mas também para as moedas emergentes, com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) suba menos os juros na reunião de setembro”.
De acordo com o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, as “bolsas operam com viés positivo, puxadas por resultados acima do esperado no segundo trimestre e a tese de que a desaceleração deve levar as autoridades econômicas, principalmente os bancos centrais, a mudarem de planos nos próximos meses”.
“Apesar dos R$5,20 serem uma barreira importante para o câmbio, o real deve acompanhar os pares, o que deve resultar em dia negativo para o dólar”, avalia Borsoi.
Paulo Holland / Agência CMA
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