O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou a reversão da falência da Teka Tecelagem, que havia sido decretada no final de fevereiro, restabelecendo o processo de recuperação judicial da companhia.
A decisão desta quinta-feira (20) atende ao questionamento do fundo Alumni, um dos acionistas da empresa têxtil, que considera a Teka como ‘economicamente viável’, mesmo considerada falida pela Justiça.
No início de março, a Teka afirmou que a manutenção das atividades era essencial para as cidades de Blumenau (SC) e Artur Nogueira (SP), onde emprega cerca de 2.000 funcionários. Na ocasião, o sindicato dos trabalhadores chegou a avaliar a possibilidade de greve.
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Auditoria para avaliar a viabilidade da recuperação da Teka
A reversão da falência foi motivada por inconsistências nos dados apresentados sobre o passivo da Teka. O tribunal considerou que a decisão anterior de encerrar a recuperação judicial e decretar a falência foi tomada sem uma análise detalhada e fundamentada da real situação financeira da companhia.
A PricewaterhouseCoopers (PwC) foi designada para conduzir a auditoria, substituindo a empresa anterior, Moore Metri.
A decisão também determinou que a administradora judicial e o gestor provisório publiquem um comunicado oficial sobre a reversão da falência e informem órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as Fazendas Públicas e a Junta Comercial de Santa Catarina.
Dívidas e questionamentos sobre a gestão
A empresa enfrenta um passivo estimado em mais de R$ 4 bilhões, mas a nova administração judicial apontou discrepâncias significativas nos valores informados anteriormente. Há indícios de que os números podem não refletir a realidade financeira da empresa, o que reforçou a necessidade da auditoria.
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Relatórios recentes da própria gestão judicial indicaram crescimento no faturamento da Teka, ampliação da produção e regularização parcial de tributos, o que levanta dúvidas sobre a necessidade da falência.
A decisão judicial também suspendeu a destituição dos membros do Conselho de Administração eleitos no final de 2024 e manteve a administradora judicial no processo.
Leilão de ações para liquidar ativos
No início do mês, a B3 marcou um leilão das ações da Teka, como parte do processo para liquidar os ativos para pagamento dos credores, após a determinação de falência. O preço máximo de venda das ações no leilão foi fixado em R$ 38,25.