Por Linconl Rocha*
Todos os anos, e no mundo inteiro, especialmente no Brasil e no México, clientes e empresas sofrem com compras e vendas criminosas, em destaque as que são realizadas por meio de transações no e-commerce.
Os fraudadores adotam maneiras de alcançar grandes lucros sem chamar a atenção, evitando o excesso de transações e mantendo a procura por produtos que tenham valor agregado, a exemplo dos mais caros e com maior liquidez, alvos que comumente surtam interesse em quantidades consideráveis.
Segundo as últimas pesquisas, os dados são assustadores, totalizando US$ 5 trilhões perdidos por meio de ações fraudulentas até agora e um aumento de 92% nas tentativas de transações dessa natureza mundo afora.
Só no Brasil, foram 2.800 tentativas de fraudes por minuto em 2024, inteirando em uma crescente significativa de crimes cibernéticos, graças à sofisticação da integração digital e da vulnerabilidade de muitos clientes, vítimas das falhas que ocorrem nos sistemas de segurança.
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O último relatório de Identidade e Fraude, realizado pelo Serasa, em 2024, afirmou que quatro em cada dez brasileiros foram vítimas de fraudes durante o ano. De todos esses brasileiros, 57% perderam uma média de R$ 2.288, uma quantidade que totaliza 62,04% a mais do que o salário-mínimo atual.
Quanto às empresas, houve um aumento de 58% entre 2023 e 2024. Foram 36% de fraudes envolvendo cartão de crédito, através do uso realizado por terceiros ou cartões falsificados. As maiores vítimas foram homens, com a soma de 43%, e acima de 50 anos, 48% no total.
Fraudes online mais comuns a partir do roubo de celulares e de ligações falsas
De todos os golpes online, alguns são mais frequentes, entre eles:
- Spoofing: momento em que os fraudadores adulteram equipamentos de Telecomunicações para gerar uma chamada a partir de um número falso, afirmando à vítima ser de uma empresa, de um banco ou de uma instituição conhecida. Isso faz com que a vítima acredite estar falando com um funcionário. Os fraudadores agem dessa maneira para conseguir dados pessoais, com o objetivo de praticar outras fraudes e/ou causar prejuízos financeiros às pessoas que atenderem as ligações fraudulentas;
- Furtos de contas de aplicativos, e-mails e redes sociais: são furtos de logins e senhas realizados pelos fraudadores, com a intenção de assumir o controle das contas de aplicativos, e-mails e redes sociais, e o objetivo de realizar transações variadas a partir dessas informações;
- Golpe de engenharia social: quando os fraudadores assumem o papel de representantes de órgãos públicos, a exemplo da Anatel, e entram em contato com suas vítimas para conseguir dados pessoais ou financeiros
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Medidas de proteção contra golpes e fraudes para pessoa física
Para proteger o cliente de golpes e fraudes online, medidas preventivas devem fazer parte dos investimentos das empresas de e-commerce, e a educação desse cliente deve ser voltada às melhores práticas, com o objetivo final de manter sua integridade online durante as compras.
Algumas dicas de segurança quanto aos dados pessoais devem ser repassadas com frequência aos consumidores, condicionando-os a realizar backups em seus celulares constantemente, a diminuir a exposição de suas informações pessoais nas redes sociais, a exemplo de deixá-las offline sempre após o seu uso, assim como ensinam os especialistas, e a oferecer atenção redobrada a todos os dados que já estiverem online, para que eles não sejam coletados da rede.
Medidas para pessoas jurídicas
Algumas medidas de proteção contra os golpes e fraudes também precisam ser adotadas por pessoas jurídicas, a exemplo da identificação e prevenção de atos ilegais e erros dentro das empresas, reconhecendo todos os fluxos internos (ou grande parte deles), como organização e inserção dos colaboradores nos processos de segurança.
Da mesma maneira, mecanismos contra fraudes devem contar com o apoio integrado de processos tecnológicos, como soluções de gestão antifraude. As empresas online têm a necessidade de se lembrar que políticas de segurança da informação precisam transitar lado a lado às diretrizes de controle de dados e seguir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
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Mas essas são práticas comumente realizadas por grandes empresas. Quando as empresas são pequenas, até mesmo contas laranjas têm sido utilizadas para praticar transações fraudulentas, os grandes alvos de crimes de fraudes em 2024, de acordo com o estudo intitulado Golpes com Pix 2024, da Silveguard, realizado em janeiro.
O estudo apontou que um em cada quatro golpes tinham contas PJ como destino. Mais à frente, em junho, essa proporção alcançou metade dos casos relatados na SOS Golpe, plataforma também criada pela Silveguard.
São contas alugadas pelos fraudadores por um certo período; esses fraudadores agem com a intenção de convencer pessoas com dificuldades financeiras a aceitarem ofertas para emprestar suas contas em troca de valores que podem chegar até R$ 2 mil. São negociações que acontecem por meio de conversas por aplicativos, como WhatsApp e Telegram, e até mesmo pelas redes sociais.
Ponderações sobre como se proteger em 2025
Para que 2025 não contabilize com os excedentes de golpes e fraudes ocorridos em 2024, a população deve estar atenta às informações verídicas que colhem no online, bem como à legitimidade das instituições financeiras.
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*Linconl Rocha é economista, especialista no setor de pagamentos e fintechs, presidente e representante do setor através da associação pagos.org.br.