O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um suporte crucial para muitos idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade no Brasil. Recentemente, o programa passou por mudanças significativas, sancionadas no final de 2024, que começaram a vigorar em 2025. Essas alterações visam modernizar o sistema e combater fraudes, mas também levantam preocupações sobre o acesso e a manutenção do benefício.
Administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o BPC garante um salário mínimo mensal para aqueles que comprovam renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo. Com as novas regras, o governo espera economizar R$ 2 bilhões anuais, mas os desafios para os beneficiários, especialmente em áreas remotas, são consideráveis.
Quais são as principais mudanças no BPC?

As mudanças no BPC, introduzidas pela Lei 15.077/24, incluem o cadastramento biométrico obrigatório e a atualização bienal do Cadastro Único (CadÚnico). O cadastramento biométrico, que envolve a coleta de dados como impressões digitais, visa reduzir fraudes, mas pode ser um obstáculo para idosos e pessoas com deficiência em regiões isoladas. Além disso, a atualização do CadÚnico a cada 24 meses, reduzida de 48 meses, busca garantir que apenas os que ainda atendem aos critérios recebam o auxílio.
Outra alteração importante é a exclusão da renda de cônjuges que não residem no mesmo domicílio do cálculo da renda familiar. Essa mudança pode facilitar o acesso ao benefício para muitas famílias que antes tinham seus pedidos negados por esse motivo.
Benefícios e desafios para os beneficiários
As novas regras do BPC oferecem um misto de vantagens e desafios. A segurança contra fraudes é reforçada com o cadastramento biométrico, mas a exigência de tecnologia e deslocamento pode excluir beneficiários em regiões carentes. Muitos idosos e pessoas com deficiência grave enfrentam dificuldades para acessar pontos de atendimento.
Por outro lado, a flexibilização no critério de renda, ao desconsiderar cônjuges fora do domicílio, beneficia diretamente aqueles que viviam em um limbo jurídico. Estima-se que milhares de pedidos negados por esse motivo possam ser reavaliados, ampliando o alcance do BPC para famílias antes desassistidas.
Como as famílias podem se adaptar às novas exigências?
Para se adaptar às novas regras do BPC, os beneficiários precisam estar atentos aos novos procedimentos. O cadastramento biométrico pode ser feito em agências do INSS ou em postos autorizados, mas a falta de estrutura em algumas regiões preocupa. O governo anunciou que ampliará os pontos de atendimento e oferecerá assistência para quem tem dificuldade de locomoção.
A atualização do CadÚnico pode ser realizada presencialmente ou pelo aplicativo Meu INSS, uma opção que facilita o processo para quem tem acesso à internet. No entanto, muitos beneficiários precisam de orientação para entender as notificações e reunir a documentação necessária, como RG, CPF e comprovantes de renda atualizados.
Passos para manter o benefício em dia
Para garantir a continuidade do BPC, é essencial que os beneficiários sigam alguns passos importantes. Primeiro, é necessário verificar se o CadÚnico está atualizado, o que pode ser feito em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Em seguida, o cadastramento biométrico deve ser agendado no INSS ou em locais indicados pelo governo.
- Atualize o CadÚnico no CRAS mais próximo.
- Agende o cadastramento biométrico pelo telefone 135 ou aplicativo Meu INSS.
- Reúna documentos pessoais e de renda atualizados.
- Acompanhe notificações do INSS para evitar surpresas.
Essas medidas são essenciais para que os beneficiários continuem a receber o auxílio sem interrupções, garantindo assim sua segurança financeira e dignidade.