A taxa de desemprego chegou a 6,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2025, avançando 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de setembro a novembro (6,1%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado para o desemprego ficou em linha com a mediana das estimativas do mercado, que variavam entre 6,6% e 7%. Na série com ajuste sazonal, que elimina variações temporárias, a taxa se manteve estável em 6,5%.
A população ocupada chegou a 102,7 milhões, com queda de 1,2 milhão de pessoas no trimestre (-1,2%), mas avanço de 2,4 milhões no ano (+2,4%).
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Emprego formal impulsiona ocupação
O crescimento da ocupação foi puxado pelo emprego formal. O número de empregados com carteira assinada no setor privado atingiu um recorde de 39,6 milhões, com alta de 1,1% no trimestre (+421 mil) e de 4,1% no ano (+1,6 milhão).
Em contrapartida, o número de trabalhadores sem carteira assinada caiu 6,0% no trimestre (-861 mil) e se manteve estável no ano.
O setor público teve redução de 3,9% no número de empregados no trimestre (-496 mil), mas avançou 2,8% no ano (+334 mil). Os trabalhadores por conta própria permaneceram estáveis no trimestre, totalizando 25,9 milhões, mas cresceram 1,7% no ano (+434 mil).
Rendimento e massa salarial batem recordes
O rendimento médio real habitual subiu 1,3% no trimestre e 3,6% no ano, chegando a R$ 3.378, maior valor da série histórica iniciada em 2012. A massa de rendimento real habitual também registrou recorde, alcançando R$ 342 bilhões, com estabilidade no trimestre e alta de 6,2% no ano (+R$ 20 bilhões).
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A taxa de informalidade caiu para 38,1%, contra 38,7% no trimestre anterior e no mesmo período de 2024, totalizando 39,1 milhões de trabalhadores informais.
Mercado de trabalho segue aquecido
O economista Maykon Douglas avaliou o resultado como positivo, tanto em números quanto na composição, reforçando a força do mercado de trabalho.
Ele apontou que o crescimento dos salários tem mostrado variações, mas a desaceleração da economia deve ocorrer de forma gradual e instável, o que justifica a postura cautelosa do Banco Central.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destacou que, apesar da estabilidade na ocupação, o mercado de trabalho segue aquecido, sustentando a renda dos trabalhadores. A economista projeta que a taxa de desemprego pode se aproximar de 6% até o fim de 2025, um patamar considerado baixo para os padrões históricos brasileiros.
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A manutenção da força do mercado de trabalho deve continuar impulsionando a atividade econômica e o PIB, mas pode dificultar o controle da inflação, principalmente nos serviços.
O C6 Bank prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) continuará elevando os juros, com alta de 0,5 ponto percentual na Selic em maio e uma elevação residual de 0,25 ponto em junho, levando a taxa básica a 15%.