A Oncoclínicas (ONCO3) reportou um prejuízo líquido contábil de R$ 759,3 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 87 milhões registrado no mesmo período de 2023.
O resultado foi impactado por um ajuste contábil de impairment, sem efeito no caixa. Excluindo esse fator, o lucro líquido foi de R$ 42,6 milhões, queda de 56,8% na comparação anual.
As ações da Oncoclínicas recuavam 2,67%, cotadas a R$ 5,47, refletindo a divulgação dos resultados. O Bradesco BBI avaliou o desempenho da empresa como fraco e abaixo do esperado.
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Impacto da revisão de ativos e corte de custos
O diretor de Relações Financeiras da Oncoclínicas, Cristiano Camargo, explicou que a perda contábil decorre da reavaliação de ativos adquiridos e do impacto da alta dos juros no custo de capital.
Ele destacou que a empresa tem focado na revisão de contratos e redução de investimentos (capex), medidas que ajudaram a diminuir a dívida líquida para R$ 3,2 bilhões no trimestre, contra R$ 4,26 bilhões no início do ano.
A companhia também reduziu sua exposição a planos de saúde com inadimplência elevada, o que diminuiu sua margem Ebitda de 18,9% para 17,4% no trimestre. A evolução da margem Ebitda da Oncoclínicas até o terceiro trimestre de 2024 pode ser acompanhada com detalhes na plataforma Monitor Empresas.

A empresa tem buscado substituir esses contratos por clientes mais rentáveis, como a operadora Hapvida, com quem fechou um novo acordo comercial.
O acordo com a Hapvida marca a primeira vez que a operadora escolhe um prestador externo de oncologia. Inicialmente, os serviços serão oferecidos em São Paulo e em tratamentos de radioterapia no país, com possibilidade de expansão.
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Receita cresce, mas margens caem
A receita líquida do trimestre foi de R$ 1,56 bilhão, alta de 9,2% ante o quarto trimestre de 2023, mas com queda de 4,2% frente ao terceiro trimestre de 2024. A empresa ainda sente os impactos da ruptura com a Unimed Rio, que gerou uma inadimplência de R$ 400 milhões, agora convertida em recebíveis a longo prazo.
O capex caiu para R$ 33 milhões no trimestre, refletindo a decisão da companhia de conter investimentos. Camargo afirmou que a Oncoclínicas não planeja novas aquisições no curto prazo e que o foco segue na redução do endividamento.