Mercados
Ibovespa opera de forma lateral em um dia em que os investidores ficam em compasso de espera para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre a taxa de juros do País (Selic) e com falta de notícias relevantes para impactar o mercado.
O consenso entre os agentes financeiros é de que haja um aumento de 1,5 ponto porcentual (pp) nesta reunião, passando dos atuais 7,75% ao ano (aa) para 9,25% aa. Os investidores também reagem aos dados de vendas no varejo, divulgados mais cedo pelo Instituto de Geografia e Estatística(IBGE), que vieram abaixo do esperado- queda de 0,1% em outubro ante o mês anterior.
- Quer assessoria completa e gratuita para investir? Fale com um especialista do Monitor Investimentos.
Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos, afirmou que a Bolsa deve manter a lateralidade no aguardo do Copom "se vai vir o que os investidores esperam ou não, a não ser que saía alguma notícia muito relevante agora à tarde que reflita no Ibovespa".
A queda do dólar foi intensificada. Os fatores externos, com a diminuição da tensão quanto à variante Ômicron, e internos, com o acordo dos precatórios, entre Senado e Câmara, que deve ser promulgado nesta quarta, fortalecem a moeda brasileira.
Para o economista da Tendências Consultoria, Sílvio Campos, "o ambiente externo tranquilo, com diminuição das preocupações com a Ômicron, favorecem as moedas emergentes".
Campos também acredita que o fortalecimento do real está intimamente ao aparente desfecho dos precatórios: "Isso é efeito do acordo entre Câmara e Senado. Não que seja algo a ser comemorado, mas as incertezas diminuem, mitigando as chances do surgimento de algo ainda pior", pontua. O economista ressalta que a quebra do teto já foi precificada e que o próximo a ser debatido é o orçamento de 2022.
As taxas longas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em forte queda, com sinalizações de recessão técnica da economia. Nesta manhã, o IBGE divulgou dados sobre vendas no varejo abaixo das expectativas do mercado. mercado finalmente precificando o fim da novela da PEC dos Precatórios.
Vitor Carettoni, diretor da mesa de renda variável da Lifetime Investimentos, explica que os dados de varejo publicados mais cedo reforçam a percepção de que o país está em recessão técnica. "Com isso, o Copom não deve subir a taxa Selic de forma acentuada, acima de 150 bps", diz. Isso deve acontecer porque, segundo Carettoni, a recessão traz alívio para inflação futura, fechando a curva longa.
Veja como estava o mercado por volta das 13h30 (de Brasília):
IBOVESPA: 107.747 pontos (+0,17%)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,540 (-1,40%)
DÓLAR FUTURO: R$ 5,568 (-1,39%)
DI JAN 2022: 9,092 (+0,46)
DI JAN 2023: 11,340 (-1,21%)
DI JAN 2025: 10,600 (-2,21%)
Pedro de Carvalho / Agência CMA
Copyright 2021 - Grupo CMA
Imagem: piqsels.com