A União Europeia (UE) chegou a um acordo, nesta terça-feira, para racionar seu gás natural durante o inverno no hemisfério norte para evitar um grave choque de oferta. A meta é diminuir em até 15% agosto de 2022 e março de 2023.
A resolução foi definida um dia após a estatal russa Gazprom anunciar novos cortes no fluxo de gás para Alemanha. No dia 21 de julho, a companhia havia retomado o fluxo do gasoduto Nord Stream 1, que havia sido desligado em 11 de julho para manutenção de 10 dias.
“O anúncio da Gazprom de que está cortando ainda mais as entregas de gás para a Europa através do Nord Stream 1, sem motivo técnico justificável, ilustra ainda mais a natureza não confiável da Rússia como fornecedor de energia. Graças à decisão de hoje, estamos agora prontos para abordar a nossa segurança energética à escala europeia, enquanto União”, disse a presidente da UE, Ursula von der Leyen, em comunicado.
Os cortes poderiam se tornar obrigatórios em uma emergência de fornecimento, mas a UE concordou em isentar vários países e indústrias, depois que alguns governos resistiram à proposta original de impor um corte obrigatório de 15% a todos os países.
O Conselho também detalhou uma série de cenários que permitiriam o relaxamento das metas de redução dos países, inclusive onde os estados ultrapassam suas metas de armazenamento de gás ou são particularmente dependentes do gás para alimentar indústrias críticas.
“Sei que a decisão não foi fácil. Mas acho que, no final, todos entendem que esse sacrifício é necessário”, disse Jozef Síkela, ministro da indústria e comércio tcheco, que ocupa a presidência rotativa do Conselho da UE, em uma coletiva de imprensa. “Temos que e vamos compartilhar a dor.”
Ele acrescentou que os países chegaram a um “compromisso satisfatório”.
A Hungria foi a única a votar contra, de acordo com o primeiro-ministro de Luxemburgo, Claude Turmes. Não era necessário unanimidade para aprovar o acordo.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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