Às 14h20 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu recuar e suspender as tarifas de importações estabelecidas contra 180 países por 90 dias.
Durante a suspensão, todos os países passarão a ter tarifas comerciais de 10% com vigência imediata. Ou seja, para o Brasil, que já estava entre os sete países com taxa mínima, não houve mudança.
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Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a mudança ocorreu após o contato de mais de 75 países para negociação e não foi uma resposta à reação dos mercados.
Trump também informou que a China não está inclusa na suspensão e ainda anunciou uma elevação de 104% para 125% sobre produtos chineses. Mais cedo, o governo chinês dobrou a aposta e subiu a taxa de 34% para 84%.
Além da China, a União Europeia (UE) também retaliou as tarifas, anunciando uma lista de produtos que passarão a ser taxados. No entanto, com a mudança de postura dos EUA, as taxas não devem entrar em vigor.
Mercado reage à suspensão das tarifas
O mercado já vinha em leve alta, com investidores aproveitando a queda dos preços para comprar ativos, mas disparou com a notícia. Em Nova York, às 15h (horário de Brasília), o Dow Jones sobe 6,5%, S&P 500 registra alta de 7,5%, enquanto o Nasdaq escala 9,44%.
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As ações das “sete magníficas” operam em forte alta:
- Apple: 9,7%;
- Microsoft: 8%;
- Nvidia: 15%;
- Tesla: 18,3%;
- Amazon: +9,4%;
- Alphabet (Google): +7,8%;
- Meta: +11,8%.
O VIX, conhecido como “índice do medo”, cai 29,47%, aos 36,91 pontos. Na segunda-feira (7), o índice havia superado os 50 pontos pela terceira vez na sua história, patamar que só chegou na crise do subprime, em 2008, e na pandemia da Covid-19, em 2020.
No Brasil, o Ibovespa principal índice da Bolsa brasileira, dispara 3,24%. O dólar à vista cai 1,89%, cotado a R$ 5,88.
Tarifas não são recíprocas como mostra o nome
Apesar de receber o nome de “tarifas recíprocas” pelo governo, na verdade, as tarifas estão sendo utilizadas pelo presidente dos Estados Unidos como arma para equilibrar a balança comercial.
O cálculo divulgado pela Casa Branca mostrou que a taxação não se apoia em nenhuma taxa aplicada por outro país, e sim no volume de importações em relação às exportações americanas. Ou seja, quanto maior o déficit comercial dos EUA, maior será a tarifa.
Nem mesmo os países com os quais os EUA são superavitários, como o Brasil, ficaram de fora. A decisão de Trump, nestes casos, foi apenas de deixar a tarifas menores, estabelecendo a chamada “taxa mínima” de 10%.
Em sua última coluna na Folha de S.Paulo, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, mostra a real intenção do tarifaço, além de mostrar sua repercussão no mercado financeiro.