O dólar comercial fechou em alta de 0,79%, cotado a R$ 5,4620. A moeda norte-americana ganhou força em meio aos rumores da saída do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, o que aumenta ainda mais a instabilidade na União Europeia e reforça as expectativas para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), amanhã.
Segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “a questão italiana piorou a situação na Europa, e o dólar se fortaleceu ante o DXY (cesta de moedas desenvolvidas) e as emergentes”.
Leal explica que a Itália é a terceira maior economia da União Europeia, porém a instabilidade política é uma marca do país: “Se o Draghi cair, aumenta a fragmentação de títulos do mercado europeu e cria riscos em cadeia para o bloco. Ele (o Draghi) gera a garantia de uma estabilidade política e fiscal”, analisa.
De acordo com o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o dólar mudou de patamar com o aumento do risco fiscal e eleitoral, e foi para R$ 5,40. Existem muitas incertezas, independente do governo que assuma”.
Weigt entende que as dúvidas sobre a economia dos Estados Unidos e, principalmente, uma chance ainda maior de recessão na Europa, fortalecem o dólar.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “o dólar está sem rumo, e deve seguir lá fora, mas pode ser que daqui a pouco ele vire. Hoje ele está muito volátil”. O economista entende que a alta nos juros europeus, que deve ser anunciada amanhã pelo BCE, já está precificada.
Paulo Holland / Agência CMA
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