Analistas consultados pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, projetam um déficit primário de R$ 73,657 bilhões nas contas do governo federal em 2025. A estimativa faz parte do boletim Prisma Fiscal de abril, divulgado nesta terça-feira (15), com dados coletados até o quinto dia útil do mês.
Apesar da ligeira melhora em relação ao mês anterior — quando a previsão era de um déficit de R$ 75,09 bilhões —, o valor continua longe da meta do governo, que é de zerar o resultado primário no próximo ano.
Projeções para 2026 também melhoram
Para 2026, o mercado espera um déficit de R$ 78,157 bilhões, abaixo dos R$ 79,5 bilhões projetados em março. A meta do governo, no entanto, é obter superávit de 0,25% do PIB nesse ano.
As estimativas indicam que o governo ainda enfrenta desafios para equilibrar as contas, mesmo com a implementação do novo arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos.
Nova regra fiscal: limite de crescimento das despesas
O arcabouço fiscal prevê que os gastos do governo cresçam em ritmo limitado: no máximo, 70% do aumento das receitas, com crescimento real entre 0,6% e 2,5% acima da inflação. A ideia é melhorar gradualmente o resultado fiscal, partindo de um cenário neutro em 2024.
Receita e despesa seguem estáveis
A projeção para as receitas federais em 2025 foi mantida em R$ 2,850 trilhões. Já para 2026, houve leve recuo, de R$ 3,041 trilhões para R$ 3,028 trilhões.
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A receita líquida do Governo Central — que desconta transferências obrigatórias — foi revista para cima: passou de R$ 2,302 trilhões para R$ 2,307 trilhões em 2025, e de R$ 2,457 trilhões para R$ 2,463 trilhões em 2026.
As despesas totais do Governo Central para 2025 foram ajustadas de R$ 2,380 trilhões para R$ 2,381 trilhões. Em 2026, a estimativa subiu de R$ 2,541 trilhões para R$ 2,559 trilhões.
Dívida bruta deve subir menos que o previsto
A estimativa da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) — que mede o endividamento total dos entes públicos — também foi revista. Para 2025, a previsão passou de 80,73% para 80,50% do PIB. Em 2026, a projeção caiu de 84,89% para 84,55%.
Esses números ainda estão acima das metas iniciais do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que estimava a dívida em 77,9% do PIB em 2025. O Tesouro Nacional, em relatório divulgado em dezembro, espera que a DBGG chegue a 79,7% neste ano, a 81,7% em 2026 e a 81,8% em 2027.
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Mudança na meta fiscal de 2025
Inicialmente, o governo planejava registrar superávit em 2025, equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa meta foi revista no ano passado, com a apresentação do PLDO. O novo objetivo passou a ser um resultado neutro, ou seja, déficit zero.