O dólar comercial fechou em queda de 0,11%, cotado a R$ 5,4190. A moeda, que operou abaixo dos R$ 5,40 durante boa parte da sessão – impactada por um movimento de correção e maior apetite ao risco globais -, ganhou força, puxada pela disparada da inflação na Europa (+8,6% no acumulado de 12 meses, até julho), reforçando as expectativas de um Banco Central Europeu (BCE) mais hawkish (duro, propenso ao aumento de juros) na reunião desta quinta-feira.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o BCE aumentar os juros gera alívio no mercado, que vê nisso um movimento mais coordenado dos bancos centrais, o que dá equilíbrio ao mercado mundial de moedas”.
Rostagno acredita que o dólar, até o final de 2022, deve operar entre R$ 5,10 e R$ 5,60, e que nesta terça o real vai na esteira do movimento observado no exterior.
De acordo com o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “o dólar está colado com o movimento externo. Os sinais indicam que a crise nos Estados Unidos será melhor do que se esperava, e parece que o cenário começa a melhorar”.
Nagem, contudo, entende que a moeda não deve quebrar o patamar de R$ 5,30, e que os investidores estão cautelosos com a reunião do presidente Jair Bolsonaro com os embaixadores, ontem: “É preocupante”, pondera. O chefe do executivo colocou, novamente, o sistema eleitoral brasileiro em dúvida.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “a semana não tem um grande driver, então o foco é na agenda micro. Os investidores estão digerindo os resultados do último trimestre da maior economia do mundo”.
Paulo Holland / Agência CMA
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