O dólar comercial fechou em queda de 0,49%, cotado a R$ 5,4050. O movimento desta sexta foi de correção, porém o cenário global continua turbulento, com o risco uma recessão mundial.
Segundo fonte ouvida pela CMA, “a tendência de longo prazo é ruim, com o descontrole fiscal. A semana termina com sinais de que o estrangeiro olha muito o fiscal. A herança será péssima para 2023”.
A queda do dólar de hoje é apenas uma correção do exagero observado nos últimos dias, enfatiza a fonte, com a moeda já tendo encontrado um patamar de equilíbrio, precificando a desaceleração de economias como China e Estados, além dos problemas fiscais domésticos: “A queda do dólar do não é uma tendência”, opina.
Para o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “os números positivos nos Estados Unidos e a aprovação do pacote fiscal no Brasil contribuem com esta menor aversão ao risco”, referindo-se à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Bondades.
Os resultados do varejo nos Estados Unidos, observa Weigt, aumentam a espera pelo aumento de 0,75% dos juros, com o intuito de frear o consumo e desacelerar a inflação.
O varejo dos Estados Unidos, que subiu 1% em junho ante maio (em linha com a previsão de +0,9%) e o índice de confiança do consumidor, medido pela Universidade de Michigan e pela Thomson Reuters, saltou de 50,0 pontos em junho para 51,1 pontos em julho.
Weigt, contudo, não vê espaço para a moeda brasileira passar dos R$ 5,50: “Estamos em um cenário de muitas incertezas, tanto locais quanto globais, mas ainda vejo o real em um patamar entre R$ 5,25 e R$ 5,45”, projeta.
Paulo Holland / Agência CMA
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