O presidente da Itália, Sergio Mattarella, se recusou nesta quinta-feira a aceitar a renúncia que o primeiro-ministro Mario Draghi. Mais cedo, Draghi havia anunciado sua renúncia ao Conselho de Ministros. “Desde o meu discurso de posse no Parlamento, sempre disse que este executivo só avançaria se houvesse uma perspectiva clara de poder implementar o programa de governo na qual forças políticas votaram em confiança”, disse.
Mattarella disse a Draghi para se reportar ao parlamento e avaliar a situação, de acordo com um comunicado do chefe de estado italiano. Não há informações sobre como Draghi responderá à não-aceitação de sua renúncia ao presidente.
A crise na Itália que culminou com a renúncia de Draghi foi a recusa ao voto de confiança por parte de um dos partidos de coalizão do governo, o Movimento Cinco Estrelas (M5S). Isso aumentou a incerteza política no país, colocando em risco os esforços de conseguir financiamentos por parte da União Europeia para reduzir a dependência do gás russo.
Draghi foi reconduzido ao cargo depois da reeleição do presidente Sergio Mattarella, em 29 de janeiro de 2022. A coalizão que ajudou a eleger Mattarella é bastante heterogênea, e conta com todos os partidos do Parlamento italiano, exceto o de extrema-direita Irmãos da Itália, que ficou na oposição.
O governo vem tendo dificuldades para manter seu programa, especialmente com a guerra na Ucrânia. A Itália é um dos países que mais dependem do petróleo russo. A instabilidade no governo italiano fez a bolsa de Milão fechar em forte baixa de 3,44%, a menor da Europa.
Vanessa Zampronho / Agência CMA
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