A atividade econômica dos Estados Unidos pouco se alterou nas últimas semanas, segundo o Livro Bege divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Federal Reserve (Fed).
O relatório, baseado em informações coletadas até 15 de abril, mostrou que a incerteza em relação à política comercial adotada pelo governo americano, especialmente com a imposição de tarifas, tem afetado amplamente o ambiente de negócios.
Entre os 12 distritos do Fed, apenas cinco relataram crescimento leve, três permaneceram praticamente estáveis e os outros quatro observaram queda modesta na atividade econômica.
Livro Bege aponta corrida por compras e pressão nos preços
Em vários distritos, foi registrada uma alta na venda de veículos e bens não duráveis, motivada por consumidores que anteciparam compras diante da expectativa de aumento de preços provocado pelas tarifas. A venda de imóveis também apresentou leve alta, segundo o documento.
Os preços subiram em todos os distritos, com relatos de que o custo de insumos segue pressionado pelas políticas comerciais recentes. A maioria das empresas já projeta elevação nos custos de produção nos próximos meses.
Fed vê mercado de trabalho travado
A criação de vagas de trabalho também mostrou sinais de enfraquecimento. A maioria dos distritos relatou que o nível de emprego ficou estável ou teve leve crescimento. No entanto, houve cortes mais expressivos em cargos ligados ao setor público ou financiados por verbas governamentais.
Empresas de diversos setores estão adotando uma postura cautelosa, com paralisação de contratações e adiamento de decisões estratégicas. Relatos de demissões planejadas começam a aparecer, ainda que de forma pontual.
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Confiança em queda e investimentos suspensos
Segundo o Fed, a confiança empresarial se deteriorou. Em muitos distritos, empresas relataram que suspenderam decisões importantes diante da falta de clareza sobre o cenário econômico, especialmente em relação à guerra comercial e às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos e países parceiros.
O distrito de Nova York, por exemplo, destacou uma forte retração nos investimentos planejados no setor de serviços. Também houve relatos de queda nas viagens de negócios e de lazer, com redução no número de visitantes internacionais, principalmente do Canadá.