O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Christopher Waller, disse que está disposto a considerar um aumento ainda mais agressivo na taxa básica de juros na próxima reunião de política monetária do banco, marcada para o final de julho, caso a inflação continue em alta.
“Temos dados importantes sobre vendas no varejo e habitação chegando antes da reunião de julho”, disse Waller durante um evento em Idaho. “Se esses dados vierem materialmente mais fortes do que o esperado, isso me faria inclinar-me para um aumento maior na reunião de julho, na medida em que mostra que a demanda não está desacelerando rápido o suficiente para baixar a inflação”, completou.
Waller, que é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), reafirmou o objetivo de Fed de buscar a estabilidade de preços, dizendo que o mercado de trabalho nos Estados Unidos segue aquecido. Ele disse esperar juros mais altos também nas próximas reuniões do Comitê este ano.
“Acho que precisamos agir de forma rápida e decisiva para que a inflação caia de forma sustentada e, em seguida, considere o que será necessário para alcançar nosso objetivo”, disse ele.
Se o Fed seguir a rota de subir em 1,0 ponto percentual (pp), marcaria o maior aumento em uma reunião desde o início da década de 1980, quando o banco central estava tentando domar uma inflação descontrolada.
Wall Street elevou ontem suas estimativas sobre o quanto o Fed deve subir os juros na próxima reunião de política monetária, após a divulgação dos dados da inflação dos Estados Unidos para junho. De acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool, as chances de o banco central subir a taxa básica de juros em 1,0 pp chegam a 64%.
Antes da divulgação do indicador, a mesma ferramenta estimava que as chances de o Fed subir os juros em 1,0 pp era de apenas 7,6%. Essa estimativa foi subindo ao longo do pregão de ontem, enquanto o aumento inferior, de 0,75 pp, caiu de 92% ontem para cerca de 35% hoje.
O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 1,3% em junho na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de 1,1%. Nos 12 meses até junho, o índice de preços ao consumidor subiu 9,1%. O mercado previa alta de 8,8% em base anual.
Darlan de Azevedo / Agência CMA
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