Em relatório, a Goldman Sachs acredita que a PEC Kamikaze, que libera R$ 41 bilhões em estímulos na economia, vai dificultar o trabalho do Banco Central de desinflacionar a economia.
“Na nossa avaliação, para além da preocupação justificada com o impacto social da subida da inflação e dos preços dos combustíveis, as medidas anunciadas irão, em alguns casos, conduzir a uma má distribuição de recursos na economia e poderão ter um impacto duradouro nas finanças públicas”, disse. Segundo a casa, é altamente improvável que muitas das medidas anunciadas sejam revertidas em janeiro de 2023.
“Além disso, essa e outras medidas de estímulo fiscal dificultarão a busca do banco central para desinflar a economia (do ponto de vista macro, estímulo fiscal adicional é inconsistente com aperto monetário)”, prosseguiu.
A Goldman também afirmou que a medida que permite gastos além do teto de gastos é um desenvolvimento negativo na medida em que leva a uma maior erosão das principais âncoras fiscais
“A receita fiscal transitória de curto prazo da alta inflação e dos preços das commodities está sendo usada em grande medida para validar gastos extras (em um ano eleitoral) em vez de acelerar os ajustes fiscais que provavelmente teriam gerado dividendos econômicos e sociais ao longo do ano”, alertou.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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