Wall Street elevou suas estimativas sobre o quanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve subir os juros na próxima reunião de política monetária, marcada para o final deste mês, após os dados da inflação dos Estados Unidos para junho. De acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool, as chances de o banco central subir a taxa básica de juros em 1,0 ponto percentual (pp) chegam a 67%.
Ontem, a mesma ferramenta estimava que as chances de o Fed subir os juros em 1,0 pp era de apenas 7,6%. Essa estimativa foi subindo ao longo do pregão de hoje, enquanto o aumento inferior, de 0,75 pp, caiu de 92% ontem para cerca de 33% no meio da tarde.
O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 1,3% em junho na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de 1,1%. Nos 12 meses até junho, o índice de preços ao consumidor subiu 9,1%. O mercado previa alta de 8,8% em base anual.
Além do CME FedWatch, o Banco Nomura também cravou uma alta de 1,0 pp na próxima reunião do Fed. De acordo com o analista Aichi Amemyia, os dados do CPI para junho consolidam a necessidade de um Fed ainda mais agressivo.
“O Fed permanece extremamente dependente de dados, e os dados sugerem que um aumento maior da taxa é necessário”, disse Amemiya em nota aos investidores.
O banco observa que “a revisão entre as leituras preliminares de junho e as leituras finais dos dados da Universidade de Michigan sugere que o Fed provavelmente aumentaria 1,0 pp em julho, mesmo que o próximo relatório preliminar de julho surpreenda ligeiramente”.
O Nomura é a primeira instituição financeira a colocar um aumento dessa magnitude pelo Fed. No mês passado, o banco já havia previsto uma recessão na economia dos Estados Unidos durante o segundo semestre, além de ser o primeiro banco a corretamente antecipar que o Fed subiria 0,75 pp na última reunião.
Mais cedo, o Wall Street Journal descartou um aumento de 1,0 pp na taxa básica de juros para a próxima reunião, reforçando que um aumento dessa grandeza estava “descartado”.
Darlan de Azevedo / Agência CMA
Imagem: divulgação
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