A Vale começou hoje obras para eliminação da barragem Ipoema, das Minas do Meio, em Itabira (MG). Há dois meses, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma ação civil pública contra a Vale para que a empresa seja condenada a reparar os danos socioeconômicos decorrentes do risco de rompimento de estruturas de mineração do Sistema Pontal, em Itabira.
Na ocasião, a Vale informou ainda não ter sido citada sobre a ação, que o Sistema Pontal não recebe rejeitos desde março de 2019 e está em nível 1 de emergência, “o que não representa risco iminente de rompimento.”De acordo com Ministério Público, há pelo menos quatro bairros a jusante das estruturas em risco: Bela Vista, Nova Vista, Jardim das Oliveiras e Praia.
A Vale comunicou que essa é uma das cinco estruturas a montante com conclusão de descaraterização previstas até o final deste ano (12 de 30 barragens). O MPMG, por sua vez, diz que no complexo minerário de Itabira há barragens e diques alteados a montante que precisam passar pelo processo de descaracterização, e as intervenções necessárias acabam agravando o risco de rompimento.
Segundo a Vale, os diques 3 e 4 do Sistema Pontal, em Itabira, também estão em obras de descaracterização e têm conclusão prevista até dezembro deste ano. Segundo a companhia, outras duas estruturas a montante do Complexo Itabira já foram descaracterizadas: o dique 5, de Pontal (2021), e o dique Rio de Peixe (2020). Até o fim do ano, a Vale quer ter eliminado 50% das 10 estruturas a montante de Itabira. Os projetos e obras são acompanhados pela auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais.
A eliminação de todas as barragens a montante da Vale no Brasil é um dos pilares do princípio de garantia de não repetição de rompimentos como o de Brumadinho, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas e cuidados com o meio ambiente, disse a mineradora em comunicado.
Durante as obras, serão gerados 122 postos de trabalho. As atividades serão executadas em horário comercial para reduzir os impactos nas comunidades próximas. A empresa também fará a umectação das vias de acesso para diminuir a poeira, além do controle da qualidade da água e destinação correta de resíduos. A barragem Ipoema deixou de operar em 2019. A estrutura é monitorada permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG).
A Vale reforça que as obras de descaracterização são complexas, com soluções customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa. A empresa reafirma seu compromisso de transparência e atuação focada na segurança das pessoas e cuidados com o meio ambiente.’
Camila Brunelli / Agência CMA
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