A Auren Energia (AURE3) reportou um lucro líquido de R$ 54 milhões no primeiro trimestre de 2025, 64,3% menor na comparação com o montante registrado no ano anterior. O resultado considera dados pró-forma, que simulam a companhia já integrada à AES Brasil, cuja aquisição foi concluída em outubro de 2024.
Apesar da queda no lucro, o Ebitda ajustado (indicador operacional que mede o desempenho antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 65,7%, para R$ 1,2 bilhão, enquanto a margem Ebitda ajustada cresceu 7,9 pontos percentuais, alcançando 40,8%.
Segundo o presidente da Auren, Fabio Zanfelice, o desempenho mostra o potencial da integração com a AES Brasil, destacando R$ 56 milhões em sinergias no trimestre.
Refletindo a reação do mercado à divulgação dos resultados, às 11h21 (horário de Brasília), as ações AURE3 subiam 12,07%, negociadas a R$ 9,75.
- 🔥 Seu dinheiro pode render mais! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]
Auren sofre pressão nos lucros
Três fatores exerceram maior pressão sobre os lucros da Auren, acentuando a queda:
- Aumento de 106% nas despesas financeiras, que chegaram a R$ 732,1 milhões
- Crescimento de 32,5% nos custos com depreciação e amortização, totalizando R$ 458,2 milhões
- Alta de 35,9% nos gastos com Imposto de Renda e Contribuição Social, que somaram R$ 205,4 milhões
Receita impulsionada por novos projetos
A receita líquida da Auren atingiu R$ 2,95 bilhões, alta de 33,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O crescimento foi puxado por:
- Entrada em operação dos projetos Jaíba, Tucano e Cajuína
- Aumento do volume e do preço médio de venda de energia
- Maior contribuição da área de comercialização, que superou a receita da geração
O segmento de comercialização gerou receita de R$ 1,78 bilhão (alta de 48,3%), enquanto a geração respondeu por R$ 1,62 bilhão (alta de 22%).
Produção de energia em ativos próprios
A produção de energia nos ativos próprios foi de 3,8 gigawatts médios (GWmed), um aumento de 30,8%. As hidrelétricas geraram 2,5 GWmed, superando em 24,2% a garantia física.
Já as eólicas produziram 995 megawatts médios (MWmed), representando 100,8% da meta de geração estimada em cenários conservadores (percentil 90, ou P90).
- 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.
Auren inicia redução da alavancagem
A companhia iniciou seu processo de desalavancagem, com a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado recuando para 5 vezes, contra 5,7 vezes no final de 2024.
Em abril, a Auren fez o pré-pagamento de parte do financiamento de R$ 5,4 bilhões usado na aquisição da AES Brasil. Com isso, a dívida bruta caiu para R$ 24,8 bilhões, ante R$ 27 bilhões em dezembro.
O vice-presidente financeiro, Mateus Ferreira, afirmou que a operação foi viabilizada por uma emissão de debêntures incentivadas no valor de R$ 2 bilhões, com custo equivalente a CDI menos 0,50% ao ano.