A Eve, subsidiária da Embraer voltada ao desenvolvimento de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), reportou prejuízo líquido de US$ 48,8 milhões no primeiro trimestre de 2025. O número representa uma alta de 92% sobre o resultado negativo do mesmo período do ano passado.
Segundo o relatório de resultados divulgados nesta segunda-feira (12), o aumento do prejuízo está diretamente relacionado ao crescimento das despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D) em meio ao avanço da produção do protótipo da aeronave.
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Despesas crescem com montagem do protótipo
As despesas com P&D somaram US$ 44,7 milhões no trimestre, alta de 62,5% em um ano. A Eve informa que o investimento reflete a compra de peças, montagem do primeiro protótipo em escala real e o início de testes em infraestrutura. Também foram intensificadas atividades em parceria com a engenharia da Embraer.
As despesas gerais, administrativas e comerciais (SG&A) também subiram, totalizando US$ 7,9 milhões, contra US$ 6,5 milhões no primeiro trimestre de 2024. O aumento ocorreu mesmo com a desvalorização anual de 13% do real frente ao dólar.
Consumo de caixa e metas da Eve para 2025
A Eve consumiu US$ 25,3 milhões em caixa no trimestre, queda de quase 30% na comparação anual. A melhora foi favorecida por um aumento de US$ 18 milhões em contas a pagar com partes relacionadas.
A empresa reafirmou a previsão de consumo de caixa entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões ao longo de 2025, conforme avança para a fase de testes em voo e montagem final do protótipo.
Carteira de pedidos
A carteira de pedidos da Eve soma cerca de 2.800 unidades de eVTOL, com 28 clientes distribuídos por nove países. O valor potencial estimado é de US$ 14 bilhões.
Em serviços e suporte, há 14 clientes em oito países; e no segmento de tráfego aéreo (com a plataforma Vector), são 21 clientes em 10 países — com uma receita potencial de US$ 1,6 bilhão nessas duas frentes.
Para 2025, a empresa planeja o primeiro voo do protótipo e alinhamento de certificações com autoridades como Anac e FAA. A unidade de produção em Taubaté (SP) segue em fase pré-operacional.