A Eletrobras (ELET3; ELET6) registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro ajustado de R$ 447 milhões obtido no mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, o desempenho negativo se deve, principalmente, à reversão de R$ 952 milhões relacionada à revisão tarifária periódica (RTP) de contratos de transmissão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
Esse valor havia sido reconhecido em 2024 como “remensuração regulatória”, uma reavaliação contábil dos valores a receber com base nas tarifas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Considerando o resultado contábil (sem ajustes), a Eletrobras reportou prejuízo líquido de R$ 354 milhões entre janeiro e março, contra lucro líquido de R$ 331 milhões no mesmo trimestre de 2024.
Refletindo a reação do mercado pós-balanço, às 10h38 (horário de Brasília) os papéis (ELET3) despencavam 4,49%, a R$ 41,24.
ADRs da Eletrobras caem em NY após balanço
As ADRs (American Depositary Receipts) da Eletrobras (EBR) na Bolsa de Nova York, operavam em queda de 1,83% no pré-market desta quinta-feira (15), a US$ 7,53. Após a abertura, a queda se acentuou para -4,11%, a US$ 7,35.
A queda reflete a reação negativa do mercado ao prejuízo registrado no primeiro trimestre de 2025, tanto no resultado contábil quanto no ajustado.
Receita cresce, mas margem operacional recua
A receita operacional líquida ajustada cresceu 19,5% na comparação anual, totalizando R$ 10,41 bilhões. Já a receita operacional líquida regulatória, que considera critérios contábeis regulatórios específicos, avançou 0,1%, para R$ 9,708 bilhões.
O Ebitda ajustado caiu 2,5% no trimestre, para R$ 4,41 bilhões, enquanto o Ebitda contábil, que não exclui itens extraordinários, recuou 6,5%, somando R$ 4,318 bilhões.
A margem Ebitda ajustada, que mede a eficiência operacional, caiu 9,5 pontos percentuais, para 42,4%. A margem Ebitda total recuou 11,5 pontos, para 41,5%.
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Eletrobras reduz dívida e alavancagem
A dívida líquida ajustada da Eletrobras encerrou março em R$ 39,27 bilhões, queda de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com isso, a alavancagem financeira da companhia (indicador que relaciona a dívida líquida ao Ebitda ajustado) caiu de 2,2 vezes para 1,5 vez em 12 meses.
Essa redução aponta para uma melhora na capacidade de pagamento da empresa, o que pode interessar a investidores em busca de ativos com menor risco financeiro.
Eletrobras conclui venda parcial de térmicas à J&F
A Eletrobras anunciou a conclusão da venda parcial de usinas térmicas a gás natural localizadas no Amazonas para o grupo J&F, controlador da Âmbar Energia. A operação inclui:
- Seis usinas em operação
- Um novo projeto em desenvolvimento
- O “direito de reversão” de quatro centrais, que seriam devolvidas à Eletrobras até maio
Juntas, as usinas somam cerca de 1.600 megawatts (MW) de capacidade instalada.
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Negócio pode render até R$ 2,9 bilhões
Com a venda, a Eletrobras estima levantar um total de R$ 2,9 bilhões, montante que inclui o pagamento pelos ativos e os depósitos em garantia ligados a contratos de fornecimento de gás.
A subsidiária Eletronorte já recebeu cerca de R$ 600 milhões gerados pelas usinas entre a assinatura do contrato e o fechamento da operação.
Além disso, a empresa poderá receber até R$ 1,2 bilhão adicional por meio de um mecanismo de “earn-out” — valor condicionado ao cumprimento de metas e indicadores operacionais previamente acordados.
A conclusão da venda da usina Santa Cruz, no Rio de Janeiro, com 500 MW de capacidade, ainda depende de aprovações regulatórias.
A operação com a J&F já havia sido anunciada em junho de 2024 e fez parte do processo de reestruturação que levou à venda da Amazonas Energia, distribuidora que atende o Estado do Amazonas.