A Bolsa fechou o primeiro pregão do segundo semestre com alta moderada acompanhando a virada em Nova York com o mercado apostando que o aperto monetário mais leve nos Estados Unidos, demonstrado na taxa dos títulos de 10 anos norte-americanos em queda.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) e dos bancos, com peso relevante no índice, também ajudaram no movimento positivo. O Ibovespa só não subiu mais por conta da Vale (VALE3) que teve uma performance ruim pelo terceiro pregão seguido, caiu 1,90%.Mas o Ibovespa não operou com otimismo toda a sessão. Boa parte do pregão registrou queda, principalmente na primeira metade do pregão, com a preocupação dos investidores com o risco fiscal após a aprovação da nova versão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis em que rompe com o teto de gastos e a possível recessão nos Estados Unidos.
O principal índice da B3 subiu 0,41%, aos 98.953,90 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 0,99%, aos 100.315 pontos. Na semana, o índice encerrou com ganho de 0,28%. O giro financeiro foi de R$ 23,1 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, acredita que o Ibovespa e as bolas em Wall Street melhoraram porque o mercado “passou a precificar um movimento menos intenso do Fed [banco central norte-americano] refletido pela taxa de 10 anos dos títulos norte-americano. Com isso o petróleo passou a subir, intensificado pelos problemas na oferta”.
Komura também comentou que o Fed “está esperando uma recessão técnica”.
Segundo José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, a Petrobras e os bancos “estão ditando a virada na Bolsa”, no entanto reforça que o cenário local é de cautela por causa do teto de gastos e a recessão nos Estados Unidos segue no foco dos investidores.
O analista da Codepe Corretora citou que o superávit da balança comercial de US$ 8,814 bilhões também, ” ajudo no movimento mais favorável do Ibovespa”.
Matheus Spiess, analista da Empiricus, disse que a Bolsa segue o mau humor de junho, quando caiu mais de 11% e fez com que o semestre ficasse negativo e acredita que seguirá a mesma toada ajudado pelo ambiente externo.
“Com a performance das commodities em que a Vale e a Petrobras têm participação relevante no índice, a chance é grande de o Ibovespa ficar ruim. Atrelado a isso existe o agravante do fiscal brasileiro com aprovação da PEC que estourou o teto em mais de R$ 40 bilhões. Para quem esperava menos de R$ 30 bilhões é impactante em um ambiente de eleição, inflação e temor à recessão nos Estados Unidos”.
O analista da Empiricus afirmou que este semestre é desafiador com o processo de fim de aperto monetário aqui, com um ajuste um ajuste de taxa de juros em agosto e eleição e “isso deve gerar uma recessão no Brasil ou forte desaceleração econômica”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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