A primeira parte do leilão de transmissão, promovido pelo governo federal na sede da B3, em São Paulo, teve como vencedores o Consórcio Verde (lote 1), Neoenergia (2 e 11), ISA Cteep (3), Sterlite (9) e Taesa (10). Ainda faltam os lotes 4, 5, 6, 7, 8, 12 e 13, que serão leiloados à tarde.
Participam do leilão os consórcios Morro do Ouro, formado pela Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A e Isa CTEEP Verde (Cymi Construções e Participações e Brasil Energia Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia), Olympus XII (Alupar, Equatorial e Mercury Investiments) e SHF (Hersa, Fm Rodrigues e Sollo Energia) e as empresas Cemig, EDP-Energias do Brasil, Neoenergia, CTEEP, Sterlite, Cobra Brasil, Celeo Redes Brasil e Usina Termeletrica Norte Fluminense.
O leilão começou às 10h, na sede da B3, em São Paulo, com os lotes 1, 2 e 3, com instalações localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Destinados ao escoamento da energia gerada por fontes renováveis, os três possuem expectativa de investimento de R$ 12,27 bilhões.Também foram apregoados os lotes 9, 10 e 11, nos estados de Mato Grosso, Pará, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Eles trazem empreendimentos anteriormente licitados, porém não implantados e com caducidade dos contratos declarada pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
No período da tarde, serão leiloados os lotes 4, 5, 6, 7, 8, 12 e 13. Os lotes 8 e 12 também se referem a empreendimentos anteriormente licitados e não implantados, nos estados de Rondônia e Amazonas.
LOTE 11
A Neoenergia arrematou o lote 11, composto por 4 instalações no estado de Mato Grosso do Sul, com a oferta de receita anual permitida (RAP) de R$ 38,2 milhões, deságio de 45,74% ante o valor de referência de R$ 70,4 milhões. O leilão estava em andamento da na sede da B3, em São Paulo (SP), mas fez uma pausa e será retomado a partir das 13h.
Houve disputa de lances por viva voz, em que Neoenergia reduziu sua proposta inicial de R$ 40,6 milhões ao valor final, enquanto a EDP-Energias do Brasil baixou até R$ 38,3 milhões, de R$ 41,6 milhões.
Outras ofertantes foram Eletrobras CGT Eletrosul, de R$ 40,6 milhões, Taesa, de R$ 46,5 milhões, Energisa, de R$ 56,5 milhões, Celeo Redes Brasil, de R$ 50,9 milhões, Sterlite, de R$ 47 milhões.
As empresas Cobra e os consórcios Olimpus XII e Verde não tiveram interesse em apresentar propostas financeiras para o lote 11.
LOTE 10
A Taesa arrematou o lote 10, composto duas instalações no estado de Santa Catarina, com a oferta de receita anual permitida (RAP) de R$ 18,8 milhões, deságio de 47,96% ante o valor de referência de R$ 36,1 milhões.O leilão está em andamento da na sede da B3, em São Paulo (SP).
Outras ofertantes foram o Consórcio Vix Lote 10, com RAP de 24,5 milhões, Empresa Transmissora Agreste Potiguar (Etap), de R$ 25,3 milhões, CPFL, de 22,9 milhões e EDP-Energias do Brasil, de R$ 20,5 milhões. Não houve disputa de lances por viva voz.
A Eletrobras CGT Eletrosul, Cobra, Consórcio Verde não tiveram interesse em apresentar proposta financeira para o lote 10.
LOTE 9
A Sterlite arrematou o lote 9, composto por cinco instalações nos estados de Mato Grosso e Pará, com a oferta de receita anual permitida (RAP) de R$ 87,6 milhões, deságio de 32,96% ante o valor de referência de R$ 130,7 milhões.O leilão está em andamento da na sede da B3, em São Paulo (SP).
Outras ofertantes foram o Consórcio Olimpus XII, com RAP de 119 milhões, Celeo Redes, de R$ 109,6 milhões, Energisa, de 108,3 milhões, EDP-Energias do Brasil, de R$ 94,9 milhões, Sterlite, de R$ 90,1 milhões, que foi reduzido a R$ 87,6 milhões, após disputa por lances a viva voz com a Taesa, que inicialmente ofereceu proposta de R$ 89,2 milhões, e com o consórcio Verde, que ofertou R$ 89,1 milhões.
LOTE 3
A CTEEP arrematou os lote 3 – composto por nove instalações nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com a oferta de receita anual permitida (RAP) de R$ 285,7 milhões, deságio de 46,75% ante o valor de referência de R$ 536,6 milhões.O leilão está em andamento da na sede da B3, em São Paulo (SP).
Outras ofertantes foram EDP-Energias do Brasil, com RAP de R$ 296 milhões, Taesa, de R$ 307,35 milhões, Neoenergia, de R$ 310 milhões, Sterlite, de R$ 320,3 milhões, Consórcio Canastra, de R$ 333,8 milhões, Celeo Redes, de R$ 345,1 milhões e consórcio Olympus XII, de R$ 420 milhões. As empresas Cobra Brasil e consórcio Verde não apresentaram proposta.
LOTE 2
O lote 2, composto por 6 instalações nos estados de Minas Gerais e São Paulo, teve a participação da Neoenergia, que venceu, com a oferta de receita anual permitida (RAP) de R$ 360 milhões, deságio de 50,33% ante o valor de referência de R$ 724,7 milhões.
Outras ofertantes foram Consórcio Canastra, de R$ 397,2 milhões, EDP-Energias do Brasil, de R$ 429 milhões, Consórcio Morro do Ouro, de R$ 445,8 milhões, Sterlite, de R$ 487,6 milhões, Celeo Redes, de R$ 507,65 milhões e consórcio Olympus XII, de R$ 560 milhões.As empresas Cobra Brasil e consórcio Verde não apresentaram proposta.
LOTE 1
O lote 1, composto por 13 instalações nos estados de Minas Gerais e São Paulo, teve o Consórcio Verde como vencedor, com proposta de RAP de R$ 283,3 milhões, que representou um deságio de 47,34% ante o valor de referência de R$ 583 milhões. A empresa venceu por lances a viva voz, em que baixou a sua oferta inicial de R$ 286,5 milhões até o valor final.
O lote 1 teve como proponentes as empresas Cemig, EDP-Energias do Brasil, Neoenergia, CTEEP, Sterlite, Consórcio Olympus XII, Consórcio Verde, Cobra Brasil, Celeo Redes Brasil, Usina Termelétrica Fluminense e o Consórcio Canastra.O maior lance foi da Neoenergia, de R$ 478,8 milhões.
SOBRE O LEILÃO
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está leiloando 13 lotes de linhas de transmissão de energia. As empresas que obtiverem a concessão ficarão responsáveis por construir, operar e manter as linhas, que somam um total de 5.425 quilômetros e uma capacidade de 6.180 mega-volt-ampères (MVA).
Os contratos de concessão estão previstos para ser assinados em 30 de setembro, e as empresas vencedoras terão prazos de 42 a 60 meses para iniciar a operação comercial das linhas de transmissão. A Aneel prevê que os contratos de concessão gerem R$ 15,3 bilhões em investimentos, gerando de 31.697 empregos diretos.
Os lotes dos empreendimentos estão localizados em 13 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
O lote de maior extensão e que deve gerar mais empregos é o de número 2, que corta os estados de Minas Gerais e São Paulo em um percurso de 1,7 mil quilômetros. O lote tem finalidade de expandir a capacidade de transmissão da região Norte de Minas Gerais e, se concretizado, deve empregar 9,8 mil pessoas.
A disputa dos lances se dará pelo valor de Receita Anual Permitida (RAP). Quando houver mais de uma proposta pelo mesmo lote, vencerá a que propuser o menor valor anual de receita.
Os proponentes deverão depositar para a Aneel uma garantia de proposta no valor de 1% do investimento estimado, com prazo de validade igual ou superior a 120 dias após o leilão e renovável por mais 60 dias.
Para a assinatura do contrato de concessão, o proponente vencedor deverá substituir a garantia anterior por uma correspondente a 5%, 7,5% ou 10% do valor do investimento previsto, a depender do deságio oferecido no leilão.
Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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