O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o repasse de R$ 80 milhões do Fundo Clima para a empresa brasileira re.green, voltados à restauração florestal em áreas degradadas da Amazônia e da Mata Atlântica.
A análise foi aprovada nesta segunda-feira (20), e marca a primeira operação de reflorestamento via Fundo Clima no país, com respaldo técnico internacional. A iniciativa faz parte da nova estratégia do BNDES para projetos que combinem benefícios ambientais mensuráveis, impacto socioeconômico e viabilidade financeira.
Apoio à restauração ecológica em larga escala
A re.green é especializada em reflorestamento de grandes áreas. Os recursos serão destinados à execução de projetos com foco em biodiversidade, incluindo a reconstrução de parte do Arco da Restauração, que vai do Maranhão ao Acre, passando por estados como Pará, Rondônia e Mato Grosso.
Os investimentos também contemplam áreas do contrato entre a re.green e a Microsoft, que envolve quase 15 mil hectares destinados à geração de créditos de carbono de alta integridade.
Estrutura financeira inédita do BNDES
A operação é inovadora por combinar recursos públicos do Fundo Clima com garantias privadas do Bradesco, criando um modelo replicável para mobilizar capital para a bioeconomia. O Bradesco BBI atuou como estruturador da operação e assessor ESG.
A operação recebeu parecer da S&P Global Ratings, que classificou a estrutura como “Verde Escuro”, nível mais alto da metodologia Shades of Green, usada internacionalmente para medir impacto ambiental em títulos sustentáveis.
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Restauração já em andamento
A re.green já conduz projetos em mais de 26 mil hectares, com mais de 4,5 milhões de mudas plantadas de 80 espécies nativas. A iniciativa também gerou mais de 200 empregos diretos e capacitou 300 pessoas em coleta de sementes, prevenção de incêndios e meliponicultura.
As ações incluem uso de drones e tecnologia LiDAR no monitoramento, além do envolvimento direto de comunidades locais, o que reforça o impacto territorial positivo da operação.
Relevância para políticas climáticas
A aprovação destaca o papel do Fundo Clima como instrumento da política de mudança climática e sinaliza uma tendência de valorização das soluções baseadas na natureza como classe de ativos viável no mercado financeiro brasileiro.
A operação é considerada um marco na agenda de finanças sustentáveis, integrando bancos públicos, privados e o setor empresarial em um esforço coordenado para restaurar ecossistemas e desenvolver economias locais.