O dólar fechou esta terça-feira (20) em alta de 0,25%, a R$ 5,67. O movimento foi atribuído por operadores a ajustes de posição e à cautela no mercado global, em um dia de baixa liquidez e desvalorização de moedas emergentes, especialmente aquelas ligadas a commodities.
Apesar de um novo afrouxamento monetário na China, o real acompanhou outras moedas emergentes e perdeu força frente ao dólar.
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O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, chegou a mínima de 100,050 pontos, pressionado pelo recente rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência Moody’s.
O rebaixamento do “rating” — nota de crédito atribuída a um país — aumenta a percepção de risco sobre os títulos públicos americanos, impactando o fluxo global de capitais.
Bolsas e juros nos EUA seguem sem direção única
As bolsas americanas registraram queda, enquanto os juros dos títulos públicos (Treasuries) de longo prazo, como os de 10 e 30 anos, subiram. As taxas refletem preocupações fiscais no país. Já o rendimento dos papéis de 2 anos, mais sensíveis à política monetária, ficou estável.
Expectativa de estabilidade para o real no curto prazo
No Brasil, analistas não veem fatores internos capazes de gerar grandes oscilações no câmbio no curto prazo. A recente sinalização do Banco Central, por meio do diretor Gabriel Galípolo, de que os juros devem permanecer em patamar restritivo por um tempo prolongado, ajudou a conter pressões sobre o real.
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Além disso, declarações da equipe econômica reafirmando o compromisso com a responsabilidade fiscal contribuíram para acalmar o mercado, que vinha reagindo ao risco de um novo pacote de medidas fiscais do governo.
Relatório orçamentário será divulgado na quinta
A Junta de Execução Orçamentária se reuniu nesta terça-feira (20) para discutir os ajustes que estarão no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para quinta-feira (22). Este relatório é fundamental para o planejamento fiscal e financeiro do governo em 2025.
Segundo fontes do governo, a ampliação do programa Vale Gás só será discutida no orçamento de 2026. Para este ano, o valor previsto segue em R$ 3,5 bilhões, conforme a Lei Orçamentária Anual.
Déficit em 2025 é estimado em 0,26% do PIB
A mediana das projeções do mercado, segundo o Projeções Broadcast, indica um possível bloqueio de R$ 10 bilhões no orçamento federal. Com isso, o resultado primário do governo central em 2025 deve ser um déficit de 0,26% do PIB, já descontados os pagamentos extraordinários de precatórios.