O mercado de cartões no Brasil movimentou mais de R$ 4 trilhões em 2024, de acordo com a Núclea, empresa especializada em infraestrutura de transações digitais. Atualmente, cerca de 45% do consumo das famílias no país passa por cartões de crédito ou débito.
A empresa, que responde por mais de 90% do processamento de transações com cartões no Brasil projeta um crescimento de 10% no número de transações nesse meio de pagamento em 2025.
Segundo Lucas Sancassani, Superintendente Executivo de Negócios da Núclea, o crescimento é impulsionado pela maior aceitação dos meios de pagamento e pela inovação tecnológica.
Setor resiste a mudanças regulatórias
Sancassani afirma que a indústria de cartões tem se adaptado a diferentes modelos de negócio. Ele cita como exemplo a regulamentação do Registro de Recebíveis, que alterou a forma como os valores a receber são controlados e repassados aos lojistas.
A expectativa do comércio também reforça a tendência de crescimento. Segundo levantamento da Núclea, 88% dos lojistas pretendem manter ou aumentar as vendas por meio de cartões em 2025.
Pressão sobre as taxas dos lojistas
Apesar da expansão, o setor enfrenta redução nas taxas cobradas dos lojistas — os chamados Merchant Discount Rates (MDRs). Essas taxas representam a parcela descontada pelas credenciadoras nas vendas feitas por cartão.
A queda nos MDRs é resultado da competição acirrada, da entrada de novos meios de pagamento e da necessidade de reprecificação dos serviços. Diante disso, empresas do setor têm buscado ampliar sua atuação em serviços financeiros.
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PMEs usam cartões para acessar crédito
A antecipação de recebíveis tem sido uma saída para pequenas e médias empresas (PMEs) que enfrentam dificuldade de obter crédito tradicional. Segundo a Núclea, essa modalidade cresce a uma taxa média anual de 28,8%.
Nesse modelo, a empresa recebe antecipadamente os valores das vendas parceladas no cartão, em troca de um desconto. O recurso ajuda a manter o capital de giro das PMEs.
O parcelamento sem juros também tem papel relevante. Em 2024, 42% das compras com cartão foram parceladas, o que gera uma base previsível de fluxo de caixa para operações de antecipação de recebíveis.
“Esse comportamento representa uma matéria-prima valiosa para a Antecipação de Recebíveis, combinando baixo risco e alto potencial de rentabilidade para quem opera na cadeia de pagamentos”, avalia Sancassani.