O dólar fechou esta quinta-feira (29) em queda de 0,5% frente ao real, a R$ 5,66, apesar do aumento das tensões políticas no Brasil por causa do debate sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O movimento foi impulsionado pela decisão do Tribunal de Comércio dos Estados Unidos de suspender grande parte das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump.
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A medida foi vista como um sinal de que as instituições americanas seguem atuantes, mesmo diante das incertezas sobre a próxima administração.
Fluxo estrangeiro e leilão do Tesouro
Além do ambiente externo favorável ao real, operadores apontam uma possível entrada de capital estrangeiro no mercado de renda fixa brasileiro.
O Tesouro Nacional vendeu a oferta total de 3 milhões de títulos públicos do tipo NTN-F, que costumam atrair investidores de fora. O valor total negociado foi de R$ 2,616 bilhões.
DXY em queda e dados dos EUA
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu abaixo dos 100.000 pontos, atingindo mínima de 99,217. No fim da tarde, operava próximo de 99,300 pontos.
Nos Estados Unidos, a segunda leitura do PIB do primeiro trimestre mostrou uma contração anualizada de 0,2%, abaixo da estimativa anterior de -0,3%. Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego vieram acima do esperado.
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IOF segue no centro do debate político
No Brasil, o principal tema do dia foi a possível revisão do aumento do IOF. O imposto, que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros, tem sido alvo de críticas do setor produtivo e do Congresso.
Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há alternativa “no momento” ao aumento do imposto. Já o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugeriu um prazo de dez dias para o governo apresentar uma solução.
Motta ressaltou que o Congresso pode sustar o aumento via projeto legislativo, mas afirmou que busca uma solução conjunta com o Executivo.