A perda de força do dólar no cenário internacional vem favorecendo países emergentes como o Brasil nos últimos meses. Como não há ainda um substituto direto para a moeda norte-americana, o Brasil virou uma boa opção para grandes investidores estrangeiros, avaliou Felipe Miranda, da Empiricus, durante o evento “Economia em Debate”, promovido pelo Monitor do Mercado, nesta segunda-feira (2), em São Paulo.
Entre os temas abordados no painel “Lições práticas para investir em um cenário desafiador”, Miranda explicou que o movimento global atual é de “comprar tudo que não seja dólar”, indicando para uma tendência de saída do dinheiro dos Estados Unidos para outros mercados em virtude das tarifas comerciais adotadas por Donald Trump.
Dólar em baixa coloca Brasil na rota
O cenário internacional, com incertezas nos Estados Unidos e baixo crescimento na Europa, tem aumentado a atratividade relativa do Brasil, mesmo com os desafios fiscais.
Além disso, o mercado brasileiro de capitais tem registrado baixo volume de negociação, o que, na visão de Miranda, significa que qualquer fluxo estrangeiro tem capacidade de impactar preços com mais força.
“O mercado ficou menor. O baixo volume está mais relacionado ao pessimismo no Brasil. Os dados apontam para um mercado que está depreciado”, afirmou.
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Diversificação segue essencial
Para André Ribeiro, CEO da Wise Asset, o momento atual exige atenção redobrada à composição dos portfólios. Durante sua participação no evento do Monitor, o executivo reforçou a importância da diversificação como forma de proteção, citando o uso do ouro e de ativos estrangeiros como estratégias adotadas pela gestora.
“O principal ativo de segurança na carteira da Wise Asset é o ouro, além de ativos estrangeiros”, afirmou. Ele também destacou que títulos atrelados à inflação e ao CDI estão entre os instrumentos de maior peso atualmente na alocação atual da gestora.
Segundo Ribeiro, mesmo com o Ibovespa se aproximando dos 140 mil pontos, o índice “nem de longe reflete a situação da nossa Bolsa de Valores”, devido a uma composição concentrada e pouco representativa da economia real. “O Ibovespa é um índice ruim pra dizer se a Bolsa está cara ou barata”, comentou.
Evento sobre o presente e futuro da economia no Brasil
O debate ocorreu no segundo painel do evento “Economia em Debate” promovido pelo Monitor do Mercado, em parceria com a Wiser | BTG Pactual, Investo, Tendências Consultoria e o portal Terra.
No painel anterior, o foco foi o futuro do cenário econômico brasileiro. A discussão foi conduzida por Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor, e teve a presença de Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria e de Débora Freire, subsecretária de Política Fiscal do Ministério da Fazenda.