O dólar encerrou a semana passada em queda de 2,99%, cotado a R$ 5,56, reacendendo o debate sobre alocação internacional, especialmente após momentos em que a moeda chegou a R$ 6,20.
O movimento abre espaço para que investidores aproveitem ativos em dólar mais baratos, como ações nos Estados Unidos ou títulos do Tesouro americano.
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Sérgio Ricciardi, sócio da Wiser | BTG Pactual, analisou o cenário no novo episódio do podcast Perspectivas da Semana, publicado semanalmente no canal do Monitor do Mercado, e afirmou que “sugestões anteriores de alocação quando o dólar estava a R$ 4,80 voltam a fazer sentido agora com esse recuo”. Confira:
IOF e cenário fiscal voltam ao radar
A semana começa com atenção renovada sobre o IOF e outras medidas fiscais. Após reação negativa do mercado à proposta de aumento do imposto, o governo sinalizou reduções em algumas alíquotas, mas agora começará a tributar rendimentos antes isentos, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs.
O tema preocupa agentes financeiros pela possibilidade de quebra de confiança e distorções no crédito. Ricciardi lembra que os efeitos dessa proposta já pressionaram a curva de juros, com os DI futuros subindo para 13,86% e projeções para a Selic voltando ao patamar de 15,15%.
Na última semana, a deterioração do cenário também impactou o Ibovespa, que recuou 0,67%, marcando a terceira queda consecutiva, aos 136.102 pontos. O cenário nesta segunda-feira (9) seguiu negativo, com o índice encostando nos 134 mil pontos na primeira metade do pregão.
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Exterior de olho em juros e tarifas
Lá fora, a semana será marcada por eventos ligados ao Federal Reserve (Fed) e à política comercial dos EUA. A próxima reunião do Fed deve manter a taxa entre 4,25% e 4,50%, com 99,9% de chance de manutenção, segundo Ricciardi.
No entanto, ele observa que o mercado reduziu as apostas de cortes mais agressivos até 2026, com a taxa terminal agora projetada entre 3,25% e 3,50%.
Outro ponto de atenção é a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, que pode sinalizar novos rumos para as tarifas comerciais entre Estados Unidos e China. O encontro deve influenciar o sentimento global e o fluxo de capital para mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Agenda da semana
A semana conta com dados relevantes no Brasil e nos EUA. Na terça-feira, será divulgado o IPCA, índice oficial de inflação. Na quarta, sai o CPI (inflação ao consumidor) dos EUA, e na quinta, o PPI (inflação ao produtor) americano, além de dados de emprego e vendas no varejo nos EUA. Na sexta-feira, a agenda é mais esvaziada.
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O mercado também acompanha o fluxo de capital estrangeiro na B3 e as expectativas do Copom, que podem ser revistas à luz da volatilidade fiscal e dos juros longos.