A produção pecuária brasileira registrou os melhores resultados para um primeiro trimestre desde o início da série histórica, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11). No 1º trimestre de 2025, houve aumento no abate de bovinos, suínos e frangos, além de alta na aquisição de leite e produção de ovos.
O abate de 9,87 milhões de cabeças de bovinos no 1º trimestre de 2025 representou um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024 e de 1,9% frente ao 4º trimestre de 2024. O mês com maior atividade foi janeiro, com 3,35 milhões de cabeças abatidas.
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O destaque ficou por conta do aumento no abate de fêmeas, que subiu 11,3% na comparação anual. Essa tendência vem desde 2022, motivada pela queda no preço do bezerro, o que reduz o incentivo à criação.
Também cresceu o abate de novilhas (fêmeas jovens), impulsionado pela demanda por carne de maior qualidade, especialmente no mercado externo.
Produção de suínos cresce, mas com ritmo moderado
O abate de 14,33 milhões de suínos cresceu 1,6% em relação ao 1º trimestre de 2024, apesar de uma leve queda de 0,8% frente ao trimestre anterior.
A gerente da pesquisa, Angela Lordão, explicou que o setor vem ajustando o ritmo de produção para equilibrar a oferta. A China, que era o principal destino da carne suína brasileira, reduziu suas compras, mas outros mercados como as Filipinas aumentaram sua demanda.
Frango tem maior produção da série histórica
O abate de 1,64 bilhão de frangos representou um aumento de 2,3% na comparação anual e de 1,0% frente ao 4º trimestre de 2024.
O crescimento foi impulsionado por 20 das 26 unidades da federação pesquisadas e ocorreu em um contexto de forte demanda externa, favorecida pelo status sanitário do Brasil como livre de gripe aviária.
Captação de leite tem alta com destaque para o Sul
A aquisição de leite cru somou 6,49 bilhões de litros no 1º trimestre de 2025, alta de 3,4% em relação ao mesmo período de 2024. A região Sul liderou, com 39,6% do total, seguida por Sudeste (36,3%) e Centro-Oeste (10,9%).
O estado do Paraná teve o maior crescimento, com aumento de 10,1%. O Nordeste também teve destaque, registrando recorde de produção no período.
O preço médio do leite ao produtor foi de R$ 2,76, com alta de 22,1% em relação ao 1º trimestre de 2024.
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Aquisição de couro e produção de ovos também crescem
A aquisição de couro pelos curtumes somou 10,75 milhões de peças, alta de 15,7% em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte do couro veio de matadouros frigoríficos e prestadores de serviço.
Já a produção de ovos alcançou 1,20 bilhão de dúzias, 8,3% acima do volume do 1º trimestre de 2024. O aumento foi registrado em 25 das 26 unidades da federação pesquisadas.
A alta nos preços dos ovos, segundo Angela Lordão, foi influenciada por maior demanda durante a Quaresma, alta nos custos de alimentação e pelo aumento das exportações, impulsionado por inflação no preço do produto nos Estados Unidos. O IPCA registrou alta de 31,7% no preço dos ovos entre janeiro e março de 2025.