Por Rodrigo Luz, CGO da Wiser Investimentos | BTG Pactual*
A dura realidade da vida, que a maior parte das pessoas simplesmente ignora, é que precisamos pensar com a nossa própria cabeça para chegarmos ao destino que realmente almejamos.
No texto anterior, abordei sobre as crenças do ambiente e da família que, muitas vezes de forma inconsciente, nos fazem seguir por caminhos que não são verdadeiramente nossos.
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Agora, quero ir além: não basta apenas questionar essa mentalidade antiga, é preciso também agir com intenção, direcionamento e intensidade. E isso é ainda mais importante na primeira fase da vida adulta, especialmente entre os 20 e 40 anos.
Por que essa primeira fase da vida adulta é tão decisiva?
Esse é o período em que temos mais energia e liberdade para agir. Por isso, devemos aproveitar essa fase para conquistar nosso espaço no mundo, direcionando nosso esforço de forma estratégica e efetiva, para que, nas próximas etapas da vida, possamos desfrutar de mais conforto, tranquilidade e qualidade de vida.
Seja para cuidar da família, viajar, curtir os frutos do trabalho ou simplesmente descansar sem culpa, o fato é que a maioria das pessoas sonha com isso: acumular patrimônio e liberdade no início da vida para colher depois. Mas a pergunta que fica é: quantos de nós realmente sabemos como fazer isso?
Esforço sem direção: o erro mais comum
No geral, existe uma grande confusão entre esforço e intencionalidade. É totalmente possível trabalhar muito, por muitas horas e por muitos anos… e mesmo assim não ter resultados significativos.
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E isso acontece, principalmente, por dois motivos que quero destacar aqui:
1. O foco exagerado em habilidades técnicas
Há uma obsessão coletiva por diplomas, cursos e habilidades técnicas, como se apenas isso fosse a chave do sucesso. Essa mentalidade nos faz esquecer de um fator decisivo: as habilidades comportamentais (as famosas soft skills).
Gosto sempre de citar uma máxima atribuída a Dale Carnegie, autor de “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”:
“85% do sucesso profissional e financeiro de uma pessoa vem de suas habilidades de relacionamento e comportamento humano, e apenas 15% depende do conhecimento técnico.”
Em outras palavras: saber lidar com pessoas, influenciar, negociar, liderar, vender ideias e se comunicar com inteligência emocional é o que realmente move a carreira e os negócios.
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2. Subestimar o poder do volume de trabalho direcionado na juventude
O segundo grande erro é subestimar o valor da quantidade de trabalho direcionado que conseguimos produzir enquanto temos juventude, energia e disponibilidade emocional para lidar com os desafios.
Essa fase da vida — especialmente entre os 20 e os 40 anos — é uma janela de oportunidade única. Temos mais fôlego físico, mais capacidade de recuperação, menos responsabilidades familiares e uma margem muito maior para correr riscos.
É justamente por isso que devemos encarar os erros pequenos como parte fundamental do processo de crescimento. Errar não significa fracassar. Significa testar hipóteses, validar caminhos, descobrir o que funciona e o que não funciona para você.
O problema é que muitas pessoas passam essa fase com medo de errar, buscando a decisão perfeita, o emprego perfeito, a ideia perfeita, quando, na verdade, o mais inteligente seria errar rápido e ajustar o rumo com agilidade.
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Os chamados “erros pequenos e intencionais” são aqueles que acontecem porque você está se movendo, tentando, se expondo ao jogo real da vida. Eles são diferentes de erros causados por descaso ou falta de esforço. São erros conscientes, de quem está aprendendo com cada tentativa.
Quanto mais cedo você passa por essas experiências, mais rápido desenvolve a clareza sobre quem você é, o que quer construir e como pode acelerar seus resultados nas próximas fases da vida.
Portanto, não desperdice essa fase com medo de errar ou esperando ter todas as respostas. Movimente-se, erre pequeno, aprenda rápido e ajuste o plano. Essa é a lógica de quem constrói uma trajetória sólida e bem-sucedida no longo prazo.
Direcione seus esforços, retome a intenção da sua vida
Em resumo, a grande virada de chave acontece quando entendemos que o sucesso não é apenas uma questão de esforço, mas de direção, intenção e inteligência emocional.
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Questionar as crenças que nos trouxeram até aqui é o primeiro passo, mas é preciso ir além: desenvolver habilidades comportamentais com a mesma seriedade com que buscamos conhecimento técnico e, principalmente, aproveitar a fase da vida em que temos mais energia para agir com volume, testar, errar e aprender rápido.
Os erros pequenos e intencionais, quando bem administrados, se tornam degraus para resultados maiores no futuro. Porque, no fim das contas, o tempo não para, a vida não espera e ninguém além de nós mesmos pode escrever uma nova história.
