A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a aquisição de 58,04% do capital social do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB).
A transação, anunciada em março, está avaliada em R$ 2 bilhões e ainda depende de autorização do Banco Central.
A aprovação foi publicada no sistema processual do Cade nesta terça-feira (17). Segundo o órgão, a operação “não representa prejuízos à concorrência”, com participações de mercado abaixo dos limites considerados problemáticos — 20% para sobreposição horizontal e 30% para integração vertical.
Agora, o Banco Central terá até 360 dias para analisar e decidir sobre o negócio. Se aprovada, a operação poderá reconfigurar o cenário bancário nacional, principalmente entre instituições de médio porte.
Reestruturação e controle compartilhado entre BRB e Master
O acordo prevê que o BRB fique com 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais do Banco Master. Com isso, terá controle compartilhado da instituição. Antes da efetivação do negócio, o Master deverá passar por uma reorganização societária.
Essa reorganização inclui a separação de ativos considerados de baixa liquidez ou precificação complexa, além de participações em empresas que não farão parte da transação.
Esses ativos — estimados em R$ 33 bilhões — serão transferidos para uma nova companhia chamada Master Serviços S.A., que seguirá sob o controle do atual proprietário do Master, Daniel Vorcaro.
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Impactos para investidores
A aquisição permitirá ao BRB ampliar sua atuação em segmentos especializados do mercado financeiro, como operações estruturadas. A expectativa da instituição é usar a operação para ganhar escala, diversificar sua oferta de produtos e aumentar sua eficiência operacional.
Para os investidores, essa movimentação indica uma tendência de expansão do BRB para além do setor público, tradicional foco do banco. A compra também pode resultar em maior capacidade de captação de recursos e fortalecimento de sua governança e estrutura de capital.
A operação deve criar um novo conglomerado financeiro sob supervisão prudencial, com sinergias entre a experiência do BRB no setor público e a especialização do Master em produtos financeiros estruturados.